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‘Nova Previdência de Bolsonaro provocará um rombo de R$ 13,6 trilhões’ afirma ex-ministro Carlos Gabas

21.05.2019
18:15
FONTE: Assessoria

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  • ex ministro

    Divulgação

  • Rosa Neide

    Foto: Carlos Maranhão

“Bolsonaro quer economizar R$ 1,2 trilhão com essa Reforma da Previdência, que vai acabar com o sistema de Previdência Social Solidária e substituí-lo pelo de Capitalização Individual. Mas o Paulo Guedes não explica qual o custo dessa transição de sistema. Ele não explica porque segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) da ONU, o custo será de dois PIB, ou seja, R$ 13,6 trilhões. Tem lógica querer economizar 1 tri abrindo um rombo de 13 tri?”, questionou o ex-ministro da Previdência, Carlos Gabas, nesta segunda-feira (20), em audiência pública na Assembleia Legislativa, em Cuiabá.

 

A deputada federal Professora Rosa Neide (PT) participou da audiência que foi presidida pelo deputado estadual Valdir Barranco (PT) e contou com as presenças dos deputados estaduais Lúdio Cabral (PT), João Batista (PROS) e do federal Nelson Barbudo (PSL). O evento também reuniu sindicalistas, estudantes, profissionais liberais de diversos segmentos e populares.

 

Em palestra, o ex-ministro da Previdência dos governos Lula e Dilma, informou que o atual modelo de seguridade social do Brasil, consagrado na Constituição de 1988, possui os mesmos moldes do sistema previdenciário da Alemanha. “Esse sistema conta com três fontes de financiamento: os trabalhadores, os patrões e o Estado. No modelo de capitalização que o Paulo Guedes implantou no Chile e quer trazer para o Brasil, apenas o trabalhador contribui para uma conta individual em um banco privado”, disse.

 

Gabas citou que na maioria dos países europeus o sistema de previdência é solidário e em apenas 35 países do mundo foi implantado o regime de capitalização individual. ‘Desses 35, um total de 18 já voltaram atrás porque a capitalização gera exclusão social, concentração de renda e empobrecimento dos idosos, pois não garante o benefício para o qual o trabalhador contribuiu individualmente ao longo da vida. É o que ocorre no Chile, onde de cada 10 aposentados 09 recebem apenas 40% da média de salário de quando estava na ativa’.

 

O ex-ministro citou ainda que a chamada “Nova Previdência” é uma maldade contra o povo brasileiro, pois impedirá o acesso a aposentadoria e diminuirá o valor dos benefícios. A PEC 06/2019 propõe elevar a idade mínima para ter direito à aposentadoria, de 60 para 65 anos para homens e 55 para 62 anos para mulheres. Também eleva o tempo de contribuição mínima de 15 para 20 anos. “Apenas esse aumento de 5 anos da contribuição mínima excluirá 64% dos trabalhadores do atual sistema. Esse percentual de brasileiros será impedido de aposentar porque não conseguirá contribuir o tempo exigido, em função dos períodos de desemprego”, disse Gabas.

 

Para a deputada Professora Rosa Neide (PT), o governo Bolsonaro não pode destruir um sistema previdenciário solidário construído ao longo de décadas sem discussão com a sociedade. “A população brasileira precisa saber o que vai perder caso essa reforma seja aprovada. É por isso que essa PEC não pode ser votada sem uma ampla discussão com o povo”.

 

“Sou contra essa Proposta, porque acaba com a proteção social que a previdência garante ao cidadão brasileiro na sua velhice. Não podemos importar um modelo de exclusão que deu errado em outros países e que caso seja aprovado jogará nossos idosos na miséria, em situação de mendicância”, finalizou Rosa Neide.

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