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O que deu certo, errado e o que mudar? Comentaristas analisam 1ª fase do Brasil na Copa América

26.06.2019
15:10
FONTE: Globo Esporte

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  • GloboEsporte.com

A seleção brasileira chega para as quartas de final da Copa América com erros e acertos. Apesar da grande atuação na goleada por 5 a 0 sobre o Peru, o Brasil não convenceu contra Bolívia e Venezuela. Mas o que Tite deve levar de aprendizado da fase de grupos para o restante da competição?

 

A equipe do GloboEsporte.com conversou com três comentaristas do Grupo Globo - Caio Ribeiro, Casagrande e Paulo Nunes - para analisar o desempenho do Brasil nesta primeira fase da Copa América. Afinal, o que deu errado? O que deu certo? E, mais, o que mudar para a fase mata-mata?

 

Caio Ribeiro

 

O que deu certo?

- Foi uma primeira fase boa. Muitas vezes o time não encontra a formação ideal logo de cara, mas sim ao longo da competição. Hoje, por exemplo, não dá para pensar na Seleção sem o Everton entre os titulares. No jogo contra o Peru, o time inteiro jogou bem.

 

Outro destaque é o sistema defensivo: não tomou nenhum gol. Isso diz muito sobre a qualidade individual dos jogadores de trás.

 

Acho que o time está bem sólido na defesa e, na frente, está aprendendo a jogar sem o Neymar, o que é muito bacana. É importante dividir as responsabilidades, já que estamos sem o nosso principal jogador.

 

O que deu errado?

- Acho que o Tite ainda é muito preso ao sistema tático. Isso me incomoda um pouco. Ele pensa em características de jogo, mas não na liberdade de cada jogador. O (David) Neres, por exemplo, joga pela direita no Ajax, e ele coloca na esquerda. Às vezes você tem que colocar o jogador onde ele se sente melhor. E ele vai lá e resolve, dá conta do recado.

 

O que mudar?

- É muito difícil mudar depois de ganhar por 5 a 0, com a autoridade que foi. E o Tite é muito coerente. Ele já anunciou que, se tiver condições, o Fernandinho vai ser titular no lugar do Casemiro. Se a gente fosse enfrentar a Argentina, eu ia preferir o Allan, que é um cara de mais pegada, mas contra um adversário mais retranqueiro, o Fernandinho pode funcionar.

 

Casagrande

 

O que deu certo?

- A posse de bola, o domínio da partida. Nos três jogos, o Brasil dominou o tempo inteiro. Os dois primeiros, dominou, mas não conseguiu finalizar a gol. Contra o Peru, fez um jogo impecável. Não só dominou a partida, como também conseguiu finalizar muito e acertar as finalizações.

 

O Everton foi o melhor jogador mesmo nos jogos que não foi titular, que entrou e teve pouco tempo. A torcida e a imprensa estavam pedindo... Ele merecia. Jogador que atua no Brasil, que tem identificação com os torcedores. Foi muito bem até aqui.

 

O que deu errado?

- Até o terceiro jogo, contra o Peru, o Brasil tinha poucas finalizações certas. Contra a Venezuela, foram 17 finalizações e só uma na direção do gol. Na coletiva, eu até falei: "Pô, Tite, está faltando a gente acertar o gol. Se não acertar o gol, a gente não vai a lugar nenhum". Contra o Peru, foi impecável. Brasil conseguiu várias finalizações e várias delas na meta.

 

O que mudar?

- É tentar fazer o mesmo jogo que fez contra o Peru. Sei que é muito difícil repetir uma atuação daquela maneira. Impecável da forma que foi. Mas agora não pode diminuir tanto o ritmo. Depois que alcança um ritmo tão alto, tem que tentar manter lá em cima.

 

Paulo Nunes

 

O que deu certo?

- A maneira como o Tite pensa a equipe. Ele é um cara que desenvolve bastante o lado psicológico dos jogadores. Às vezes ele tira um pouco da característica do jogador em prol do grupo. Isso é muito bom, porque os atletas se entregam ao máximo. O Tite não é só um treinador, é um gestor de pessoas.

 

O Brasil tem uma qualidade indiscutível. Sem o Neymar, não tem aquele jogador que desequilibra, apesar de achar que o Everton possa vir a ser esse cara. E o Tite teve essa visão. Mesmo com todo mundo mostrando, tem treinador que não quer ver. Isso foi fundamental. O Tite está com a cabeça mais aberta do que na Copa do Mundo.

 

 

O que deu errado?

- O foco. No começo, acho que a Seleção estava desligada. Começou muito bem contra a Bolívia, tentando massacrar, depois desfocou. Faltava concentração, intensidade. Viu que o jogo seria fácil, que poderia resolver a qualquer momento. Isso que levou à cobrança da torcida.

 

O que mudar?

- As pessoas cobram muito a respeito dos volantes. A entrada do Fernandinho... Nós, jogadores, sabemos que o que aconteceu, passou. Tanto para o lado positivo, quanto para o negativo. Futebol você vive ali, o momento, os 90 minutos. O jogador não pensa no que ficou pra trás. Nem o treinador. E o Tite está demonstrando isso. Com a saída do Casemiro e a entrada do Fernandinho, a Seleção fica mais equilibrada, coesa, de marcação forte.

 

 

Você pode falar "coloca o Allan ou Paquetá", mas são jogadores com características diferentes, que saem muito. A defesa ia ficar muito desguarnecida. Não ia ficar protegida. Eu acho que a Seleção está no caminho certo. O Brasil tem tudo para conquistar essa Copa América.

 

O Brasil enfrenta o Paraguai, pelas quartas de final da Copa América, nesta quinta-feira, às 21h30 (de Brasília), na Arena do Grêmio. O GloboEsporte.com e SporTV transmitem ao vivo a partida.

 

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