Mato Grosso, 19 de Abril de 2024
Politica

O vaginismo é um problema sério e nós precisamos falar sobre isso

12.09.2017
09:45
FONTE: Gustavo Frank

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Se você nunca ouviu falar sobre o vaginismo ou transtorno de dor gênito-pélvica, chegou a hora de  conhecer um pouco mais sobre essa disfunção que atinge cerca de 13 % das mulheres no mundo.

 

O vaginismo faz com que a mulher não consiga ter uma penetração vaginal. Ou seja, ela tem dificuldade persistente e recorrente em ter penetração. É como se algo estivesse bloqueando a entrada. Só que tudo isso acontece devido a uma resposta psicológica das pacientes.

 

A disfunção ainda é tratada, infelizmente, com banalização até mesmo dos médicos. Muitas mulheres procuram um ginecologista para receber um diagnóstico, e o respectivo tratamento, e ouvem que “elas só precisam ficar calmas” e “relaxar no momento”. Mas não é bem assim que funciona.

 

Para criar um alerta, que deve existir sobre o tema, existem relatos de mulheres que chegaram a tomar o Boa Noite Cinderela ou usaram outros tipos de drogas para que houvesse a penetração e, consequentemente, concretizar o sonho de ser mãe, por exemplo.

 

Para colocar um ponto final nesse assunto, conversamos com especialistas  para ajudar quem sofrer desse diagnóstico e tirar esse obstáculo de uma vez por todas da sua vida; afinal, todo mundo tem o direito de fazer o que quiser com o seu próprio corpo e alcançar o prazer desejado com ele.

 

O que é vaginismo?

“O vaginismo é um tipo de disfunção, não é uma doença. Ela é classificada como transtorno de dor gênito-pélvica.  As mulheres que sofrem disso não conseguem ter uma penetração vaginal. Ela tem dificuldade persistente e recorrente em ter penetração. “, diz  educadora e fisioterapeuta sexual Débora Pádua, de São Paulo.

 

Quais os sintomas?

Para saber se você sofre com esse mal ou não, é preciso ficar atenta ao comportamento que tem na hora do sexo. “Durante a penetração, as mulheres sentem muita dor, agonia ou o medo que o pênis não caiba na vagina. Algumas percebem uma contração nos músculos internos.”, diz a ginecologista e colunista da COSMOPOLITAN, Carolina Ambrogini, de São Paulo. O problema pode afetar até mesmo a masturbação.  “Algumas tem essa contração com simples toque vaginal. Essas mulheres não tem problema com desejo, ou seja, elas ficam excitadas. Muitas até se masturbam, mas em casos mais graves algumas delas não gostam de ser tocadas.”, complementa Débora.

 

Qual a origem do vaginismo?

SegundoCarolina, algumas pacientes já relataram que tiveram casos de abuso quando eram mais jovens ou ainda crianças. E, segundo um estudo da UNIFESP, 80% tem algum vinculo com educação rígida e religião. “Muitas acreditam que vão ter sangramento durante o sexo. Parece que há uma parede dentro da vagina.”, explica Débora.

 

Como diferenciar de outros diagnósticos?

Primeiramente, é sempre importante que a mulher procure um ginecologista para saber se fisicamente está tudo bem. Pois pode haver um desvio, candidíase ou, até mesmo, um cisto benigno na vagina.

 

Há uma cura para o vaginismo? Quais são os tratamentos?

Existe cura, sim. Mas como dissemos anteriormente, é uma questão inteiramente psicológica. “O cérebro dessa mulher precisa ser reeducado”, conta  Carolina que indica ainda tratamentos de relaxamento, respiração e consciência corporal. Os dilatadores vaginais também são uma opção.

 

Débora, que trabalha com a fisioterapia, contou que o tratamento do vaginismo nessa área é muito bem sucedido. Em alguns casos a eletroestimulação também pode ser usada, para lidar com os músculos do canal vaginal. “A fisioterapia pélvica é um tipo de tratamento em que fazemos uma abordagem simples. Essa mulher vai perdendo o medo com a ajuda dos exercícios, como a massagem perineal, por exemplo, em que ela vai criando um controle dos músculos vaginais”, explica.

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