Mato Grosso, 19 de Abril de 2024
Politica

Se correr está na natureza humana, por que o corredor se machuca tanto?

16.04.2018
08:57
FONTE: Raquel Castanharo

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Você consegue pensar em um animal, que não seja o cavalo, capaz de correr por 42 km ininterruptamente? Se uma imagem sua, ou de um amigo maratonista, apareceu em sua mente, você acertou em cheio. Nós, seres humanos, somos um dos melhores corredores de resistência da natureza. Somos biologicamente adaptados para a corrida, ou seja, nosso corpo tem estruturas e ferramentas que nos tornam exímios animais corredores. Mas então, se a corrida é algo tão natural, por que o índice de lesões é tão alto?

 

Já vou começar explicando que essa pergunta não tem uma resposta concreta e que o objetivo dessa conversa é mais refletir sobre alguns pontos interessante do que solucionar problemas. Os especialistas em evolução da espécie discutem que há muito tempo atrás, o homem caçava para sobreviver e fazia isso correndo atrás da presa. Embora mais rápidos, esses animais não conseguem correr sem interrupção por longas distâncias, pois precisam parar e colocar a língua para fora para perder calor. Nós, por outro lado, vamos regulando nossa temperatura corporal através do suor ao longo do caminho, o que nos dá uma bela vantagem em relação à resistência.

 

Hoje em dia algumas tribos ainda fazem isso (sugiro o último episódio do documentário "Planet Earth", da BBC). A questão é que na natureza a corrida não era de 42 km mantendo o ritmo, no asfalto regular. Não havia planilha, metas semanais, muito menos tênis com amortecimento de impacto. Era uma corrida intercalada com caminhada, variando muito o ritmo, tendo que se adaptar às muitas irregularidades do terreno, sentindo o impacto com o solo controlando-o com o próprio corpo. Não existia volume de treinamento, e sim volume de necessidades.

 

Sendo assim, continuamos sendo animais corredores, mas parece que corrida significa algo muito diferente hoje em dia. Não sou contra tênis, maratona e planilha. Longe disso. Vivemos uma realidade diferente e temos que nos adaptar às mudanças. Mas acredito que essa reflexão deva fazer parte da busca pela solução dos problemas de lesões na corrida. Entender que há várias maneiras de encarar o esporte e que sempre o mais importante é ouvir o limite do próprio corpo.

 

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