Sem dormir, Renato surpreende e rouba a cena em premiação do Gauchão; Inter é ausência

O Grêmio dominou o Gauchão de ponta a ponta e, consequência disso, foi o clube mais premiado na noite dos melhores do campeonato, na quinta-feira. Mas quem roubou a cena foi o técnico Renato Gaúcho, costumeiramente avesso aos holofotes que envolvem o clube além do campo. Em contrapartida, o vice-campeão Inter não teve representantes no evento.

A presença do treinador tricolor surpreendeu pelo ineditismo. Renato evita aparecer em público em Porto Alegre pela capacidade de reunir aglomerações a sua volta devido à idolatria dos gremistas. Mas quebrou o próprio protocolo e adentrou a festa dos Melhores do Gauchão junto a seu empresário, Gerson Oldenburg, e esbanjou bom humor.

Apesar da noite sem dormir após a festa do 38º título estadual do Grêmio, atendeu a todos que tentaram uma foto ou um cumprimento. Brincou com o presidente Romildo Bolzan Júnior e o atacante Felipe Vizeu, que, antes de receber o Prêmio Bucha, cochichou com o comandante que o gol marcado no 6 a 0 sobre o Avenida também "merecia DVD".

– Estou cansado. Não descansei. Estou virado. Adrenalina muito grande. Até porque o estresse do treinador é muito grande. É desgastante, emocionante. É bom. Principalmente com final feliz. Na hora que eu dormir, pode ter certeza que vai ser por umas 40 horas – sorriu.

Grande parte do elenco gremista, que formou a espinha dorsal da seleção do campeonato, esteve presente: o lateral Leonardo, os zagueiros Geromel e Kannemann, o volante Matheus Henrique – revelação do Gauchão –, o atacante Everton e o centroavante Felipe Vizeu. O goleiro Paulo Victor, herói do título, foi a única ausência entre os premiados.

Inter ausente; presidente faz último discurso

Já o Inter, vice-campeão, evitou a premiação, mesmo que Rodrigo Dourado, Edenílson e Nico López tenham sido agraciados como os melhores de suas posições. O uruguaio inclusive foi eleito o craque do Gauchão.

Geralmente, os clubes derrotados na final tendem a esvaziar o evento, porém, costumam enviar representantes para receber os prêmio. A taça de segundo lugar, dispensada na noite de quarta-feira após a perda do título, novamente não foi erguida.

Os colorados saíram da Arena indignados com a arbitragem de Jean Pierre Lima e as expulsões de Odair Hellmann e D'Alessandro. No entanto, nas entrevistas coletivas após a partida, adotaram tom mais cauteloso, sem fazer referência aos homens do apito.

O presidente da Federação Gaúcha de futebol, Francisco Novelletto, usou do evento para se despedir do cargo. Ele deixa a presidência ao final do ano para assumir a vice-presidência de Rogério Caboclo, na CBF.

Ao revisitar os 16 anos à frente da entidade, relembrou de Porto Alegre como sede da Copa do Mundo, da Copa América, das participações internacionais da dupla Gre-Nal, da Copa Sub-20, entre outras realizações.

- Saio ao final do ano, mas serei um representante do futebol do Sul do país. Saio com a cabeça em pé de ter feito da melhor maneira possível. Quando se trabalha no futebol, se deixa de ser torcedor. Posso olhar nos olhos de qualquer um nesses 16 anos (de presidência) que não tenho o mínimo prejuízo – discursou Novelletto.