Torres responde sobre motivo de sumiço de Michael: "Todo mundo sabe qual é"

A situação de Michael segue uma incógnita no Fluminense. O atacante de 24 anos ainda não reapareceu no clube após desistir de um empréstimo para o Boavista, que se preparava para a disputa da Série D do Campeonato Brasileiro. Em entrevista coletiva no CT Pedro Antonio, o gerente de futebol Alexandre Torres não escondeu o motivo do sumiço do jovem. Consternado, o dirigente lamentou a situação, mas deixou as portas do clube abertas ao jogador, que foi pego no doping por uso de cocaína, em 2013.

- É um problema médico. Todo mundo sabe qual é. Ele achou que a melhor solução era o empréstimo. Tinha um acerto com o Boavista, e ele mesmo pediu que o clube atendesse a solicitação. Mas ele não se apresentou lá e não se reapresentou aqui. As portas do clube estão abertas. Ele sabe que pode contar com a gente. Mas ele precisa resolver esse problema dele. A gente não pode resolver por ele - disse Torres.

Michael sofreu um acidente de carro às vésperas de sua reapresentação ao Flu no início da temporada. O jogador ficou mais de 30 dias internado (15 deles em coma) em estado grave no Hospital de Base, em São José do Rio Preto. Ele tinha um acordo apalavrado com a Ponte Preta. Ao voltar aos treinos, o jovem, que havia perdido 15kg no período em que ficou internado após acidente de carro, recuperou 8 kg, em 23 dias de trabalho físico no CT, antes da frustrada transferência ao Boavista. O dia a dia dele é ficar com a namorada Beatriz, que está grávida. São 38 semanas de gestação, e a filha Luna está para nascer.

O Boavista havia acertado seu empréstimo ao firmar uma parceria com o Flu - no total, sete jovens revelados pelo clube foram cedidos temporariamente no acordo. O time desistiu depois de Michael adiar sua apresentação por três vezes. Em seu lugar, os atacantes Danilo Mariotto e Patrick, também revelados em Xerém, substituíram o jogador no negócio. O atacante tem contrato com o Flu até 31 de dezembro - de acordo com o último balanço financeiro, o clube detém 50% dos direitos econômicos dele. A possibilidade de rescisão de seu vínculo foi descartada. O Flu entende que tal atitude poderia prejudicar o atleta. A atual direção, assim como a anterior, nutre carinho por ele.

Polêmicas marcam breve carreira do atacante

Michael era a grande esperança tricolor para a posição de centroavante nas divisões de base. Descoberto na Copa São Paulo de Juniores de 2011, atuando pelo Rio Preto - onde era companheiro do zagueiro Reginaldo -, o jovem chegou a ter passagens pela seleção brasileira em várias categorias e acumulou artilharias em sua carreira nas divisões de base.

Assim que subiu aos profissionais, ainda em 2011, como reserva de Fred, sempre chamou atenção pelo faro de gol. Em 2013, Michael foi pego no doping pelo uso de cocaína. Suspenso, ficou sem jogar por dois períodos: entre maio de 2013 e janeiro de 2014, e entre março e setembro de 2015. Pouco depois do fim da pena, chegou a avisar que iria se aposentar.