Mato Grosso, 29 de Março de 2024
Política

Jovem morre após ficar 4 horas no sol sem protetor solar; entenda o caso

19.09.2016
09:14
FONTE: MANUELA PAGAN

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Nara Farias, 20, morreu na madrugada da última quarta-feira (14), quatro dias depois de se submeter a uma sessão de bronzeamento natural - técnica em que o cliente paga para se expôr ao sol e ficar bronzeado segundo critérios de controle do estabelecimento. A jovem, que teria se exposto ao sol por um período de tempo mais longo do que o recomendado, teve algumas paradas cardíacas e não resistiu.

Morte por exposição ao sol: entenda o caso
De acordo com informações do site de notícias G1, Nara fez o procedimento no último sábado (10) em uma clínica clandestina em Brasília. Ao site, a prima da vítima, Mirian Freitas, disse que a Nara foi à casa onde funcionava a clínica clandestina depois de ver anúncios na internet. O que chamou atenção foi o preço (R$60 por sessão) e as fotos bem tratadas.

A sessão teria durado mais de 4 horas - quando o recomendado é apenas uma hora e vinte minutos – e foi realizada na cobertura da casa entre, aproximadamente, as 9h e as 13h30. Ainda segundo a prima, em intervalos específicos, uma mulher aparecia para passar um acelerador da pigmentação no corpo de Nara. “Não orientaram a passar filtro solar, e a mulher não a molhava com frequência. Isso causou uma desidratação muito violenta”, disse. Nara também não teria bebido água durante o procedimento, o que pode ter piorado o quadro.

Mirian contou também que a prima falou com a dona do estabelecimento sobre os danos. “Ela falou com a dona da clínica sobre os danos que o bronzeamento tinha causado e que ela deveria ajudar a pagar os medicamentos e a hospitalização, mas ela fez pouco caso e não quis ajudar”.

De acordo com familiares, Nara chegou bem em casa no sábado, mas passou a sentir fortes dores no domingo. No mesmo dia ela foi à farmácia e usou pomadas para queimaduras, mas o desconforto persistiu e, na segunda-feira, ela foi ao hospital, onde foi diagnosticada com insolação, recebeu soro e remédios para aliviar a dor e mandada para casa.

Na terça-feira, ela teve falta de ar e desmaios. “Ela estava consciente, mas desmaiava toda vez que se levantava”, disse o irmão ao G1. O namorado de Nara teria, então, levado-a de carro para o hospital, mas o quadro se agravou rapidamente e Nara morreu na quarta-feira.

Jeito errado de tomar sol
A exposição ao sol a que Nara se submeteu foi inadequada por diversos fatores, a começar pelo horário e pela ausência de proteção solar.

A recomendação atual da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) é para que seja evitada a exposição solar entre as 10 e as 15 horas, considerando o horário de verão quando necessário. Além disso, é importante usar protetor solar com FPS mínimo de 15, óculos e roupas que ajudam a bloquear a radiação solar.

O uso de produtos para acelerar a pigmentação também pode ser danoso se não forem recomendados e prescritos por um médico.

Ainda de acordo com a SBD, o ideal é evitar a exposição ao sol proposital, ou seja, parar para tomar sol. No entanto, essa recomendação resvala na orientação de muitos nutricionistas, nutrólogos e endocrinologistas, que dizem que a exposição ao sol é importante para a produção de vitamina D.

Para saber qual é o ideal em cada caso, o mais indicado é se consultar com esses profissionais e entender quais são os riscos pessoais de câncer de pele, bem como a dosagem sanguínea de vitamina D. Existem, também, alterantivas, como a suplementação com medicamentos ou alimentos fortificados.

Risco da exposição excessiva ao sol
Além do dano à pele a curto prazo – com a formação de bolhas e vermelhidão, por exemplo – e a longo prazo – marcado pelo câncer de pele -, a exposição excessiva ao sol pode alterar os processos pelos quais o corpo perde calor.

O médico Fábio Cardoso, especialista em medicina preventiva e longevidade, explicou ao Bolsa de Mulher que a insolação causa um aumento da temperatura corporal de forma rápida e intensa, mas que pode ser revertida através da transpiração. Já nos casos de intermação, semelhante em termos de causa, mas mais grave que a insolação, o corpo não consegue se resfriar.

A desidratação, roupas que impedem a transpiração e ambientes úmidos podem agravar ainda mais a intermação. Como consequências do quadro, surgem sintomas como moleza, cãibras, suores frios, dilatação da pupila, tontura, náusea, desmaios e até morte. Caso você perceba esses sintomas, encaminhe-se a uma emergência médica.

O tratamento consiste na reposição dos líquidos perdidos e na administração de medicações para diminuir as dores e a temperatura corporal.

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