Mato Grosso, 26 de Abril de 2024
Saúde

Dados são essenciais para avaliar evolução da Covid-19

13.08.2020
FONTE: Assessoria

IMPRIMA ESSA NOTÍCIA ENVIE PARA UM AMIGO

  • coronavirus_foto
  • grafico

A matemática explica como diferentes variáveis ajudam a criar análises dos cenários. E autoridades e especialistas podem utilizá-las para definir medidas de combate à pandemia.

 

Nos últimos meses, as pessoas se acostumaram à atualização diária de informações sobre a Covid-19 no Brasil e no mundo.  

 

Normalmente, são divulgados números de infectados, óbitos, internados, casos descartados, pacientes ainda em quarentena e daqueles que se recuperaram da grave síndrome respiratória causada pelo vírus SARS-CoV-2.

 

A importância dessas informações na análise dos cenários trazidos pela doença é tão grande que governos, portais de notícias e o Google possuem seções exclusivas para tratarem do assunto – seja com dados gerais ou mais específicos.

 

Os alunos de ciências exatas já estão acostumados à combinação de diferentes variáveis relacionadas, como as que temos visto, nas suas rotinas de aprendizado e nas salas de aula.

 

Mas, para o público em geral, o novo coronavírus tornou evidente como o conhecimento em matemática, cálculo e estatística é fundamental e ainda mais relevante quando se torna uma ferramenta no enfrentamento de grandes desafios como o que a humanidade vive em 2020. 

 

Enxergando os dados como variáveis

Política. Saúde. Comunicação. Números. A relação está entre cada um desses campos porque, com acesso a diferentes dados, é possível construir e analisar um modelo matemático voltado para a pandemia.

 

E, a partir desse modelo, pode-se obter uma visão acerca da sua evolução em determinada localidade que permita elaborar estratégias no combate à doença.

 

Transformar informações sobre o assunto em uma representação gráfica é uma aula diária de como resolver integrais.

 

É o que explica a produtora de conteúdo do Responde Aí, Milena Freitas, que está no 9º período de Engenharia de Bioprocessos na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

 

"Além dos conhecimentos matemáticos serem extremamente importantes para a construção de gráficos que podem ajudar a compreender e prever situações reais, como a evolução dos casos de contaminação pelo novo coronavírus, eles também são importantes para analisar e tirar informações desses gráficos. As integrais, por exemplo, permitem que calculemos a área sob a curva de um gráfico”.

 

Na pandemia, este tipo de representação ajuda a entender as fases do ciclo de contaminação da população de uma determinada área; a necessidade de se 'achatar a curva epidêmica' - ou seja, de evitar que a transmissão se acelere a ponto de tornar o atendimento hospitalar insuficiente diante da quantidade de pacientes; entre outros contextos.

 

"Não é tão simples calcular essa área, por isso precisamos das integrais e dos diversos métodos de integração como a integração por partes", explicou Milena Freitas.

 

Dados que ajudam a salvar vidas

Os desdobramentos do novo coronavírus desencadearam a necessidade por explicações especializadas e bem detalhadas sobre a pandemia.

 

Em um contexto no qual também devem ser considerados a subnotificação de casos, bem como os pacientes assintomáticos não identificados nas testagens, impera a necessidade por dados que sejam os mais fiéis possíveis à realidade para monitoramento e projeções sobre a pandemia.

 

Afinal, comparativos de números registrados nos últimos sete, 15, 30 ou mais dias se tornaram fontes consultadas e estudadas de forma constante e obrigatória.

 

Por isso, houve uma reação de diversos setores nacionais quando, em junho, o Ministério da Saúde tentou mudar a forma de registro e divulgação dos dados sobre a Covid-19 no Brasil.

 

A prioridade era analisar casos e mortes por data de ocorrência, não pelo dia da notificação. Assim, seriam evitados números elevados por acúmulo de casos, que dependem de resultados de exames de diagnóstico que levam mais tempo para serem comprovados.

 

Na época, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) divulgou nota de repúdio contra a mudança, citando a falta de transparência do Ministério da Saúde na divulgação de dados confirmados e de óbitos por Covid-19 no país e a necessidade de temos números reais em uma pandemia de tamanha magnitude.

 

Após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo retomou o modelo de divulgação que estava em vigor e passou a publicá-lo em uma nova plataforma interativa no site do Ministério da Saúde.

 

Outro exemplo de utilidade destas informações coletadas é o sistema "SP Covid-19 Info Tracker".

 

Segundo matéria do Jornal da USP, de 18 de junho de 2020, ele é abastecido por dados coletados, desde o início da pandemia, nos canais oficiais das prefeituras de 82 cidades do Estado de São Paulo.

 

A partir disso, especialistas do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI) da USP e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) desenvolveram um monitoramento em tempo real da evolução da doença no Estado.

 

Na ferramenta, podem ser consultadas informações históricas diárias, índices epidemiológicos e resultados de estatísticas matemáticas. Desta forma, as autoridades sanitárias das cidades integrantes do sistema podem antever necessidades e definir o melhor caminho a ser tomado contra o novo coronavírus.

IMPRIMA ESSA NOTÍCIA ENVIE PARA UM AMIGO

ARTIGOS RELACIONADOS

ENVIE SEU COMENTÁRIO