Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Com a baixa disponibilidade de produto no Brasil, a soja norte-americana passa a ser a mais acessível para a C

19.05.2020
09:12
FONTE: Carla Mendes | Notícias Agrícolas

IMPRIMA ESSA NOTÍCIA ENVIE PARA UM AMIGO

  • China deverá receber volumes recordes de soja brasileira entre maio e julho

    Foto: Pixabay

Com a baixa disponibilidade de produto no Brasil, a soja norte-americana passa a ser a mais acessível para a China neste momento. As expectativas são de que as compras da nação asiática cresçam no mercado dos EUA frente não só a menor oferta brasileira, mas também como forma de o país cumprir a Fase Um do acordo comercial com os americanos. 

 

A China ainda precisa comprar, segundo explicam os analistas da Agrinvest Commodities, cerca de 43 milhões de toneladas entre agosto e o final de janeiro para estar adequadamente abastecida. "E boa parte desse volume deverá ser comprado nos EUA", acreditam os executivos da Agrinvest Commodities. 

 

A oleaginosa é um dos principais itens das importações da China e, por isso, o componente que tem maior peso na composição de suas compras. Porém, ainda de acordo com a Agrinvest, essas aquisições poderiam enfrentar alguns obstáculos até que voltem a volumes pré-guerra comercial. Em 2017, as importações (de soja da China nos EUA) somaram US$12 bilhões

 

" Mas a pressão sobre as margens de processamento na China pode ser uma barreira para o cumprimento do seu compromisso", diz a Agrinvest. "E em um cenário otimista, a China poderia comprar 40 milhões de toneladas de soja norte-americana até janeiro. O montante somaria apenas US$ 14 bilhões". 

 

Margens de Esmagamento

A gradual volta da China à normalidade depois do pico da epidemia de coronavírus no país traz também ao normal alguns setores importantes da economia, incluindo a agroindústria. Embora este setor não tenha sido paralisado, vinha trabalhando com limitações diante de uma demanda que também estava limitada. 

 

Assim, não só a produção de alimentos volta com força total, como o governo chinês também já pediu à empresas de alimentos que elevem seus estoques como medida de segurança e também temendo uma nova onda da doença.

 

"Negociadores estatais e privados de grãos, assim como produtores de alimentos, foram orientados a adquirir maiores volumes de soja, óleo de soja e milho durante conversas com o Ministério do Comércio da China nos últimos dias", noticiou a agência de notícias Reuters/Cingapura e Pequim, neste final de domingo (17). 

 

Dessa forma, deverão aumentar também os estoques de farelo e óleo de soja no país. E parte disso é reflexo ainda do grande volume de soja brasileira a ser recebida pela China de maio a julho. "A China deverá receber 27 milhões de toneladas em maio, junho e julho, reforçando o sentimemtno de pressão sobre as margens", ainda segundo análise da Agrinvest Commodities. 

 

Das mais de 43 milhões de toneladas de soja embarcadas pelo Brasil de janeiro a abril, cerca de 80% do volume teve como destino a nação asiática. No primeiro quadrimestre de 2019, o volume embarcado passava pouco de milhões, de acordo com dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). E somente nas primeiras duas semanas de maio, o volume das exportações do grão passa de 8,7 milhões de toneladas. 

 

As imagens a seguir mostram, no primeiro caso, o tráfego de navios de soja da América do Sul para a China em 11 de maio de 2020 e, no segundo caso, em 23 de março de 2020. As fontes são o sistema Refinitiv Eikon e a colunista da Reuters Internacional, Karen Braun. 

 

Normalidade X Demanda

Um levantamento feito pela agência internacional de notícias Bloomberg já mostra que, aos poucos, é possível observar mais pessoas nas ruas da China, com os estudantes voltando às aulas e as famílias em restaurantes, jantando fora. E como explica o analista chefe da Shangai Intelligence Co., Li Qiang, a volta das escolas e dos restaurantes é um movimento-chave para o reestabelecimento, por exemplo, de carne de frango e ovos. 

 

Com o fechamento dos estabelecimentos e as pessoas confinadas em casa, os preços da carne suína - a mais consumida do país - recuaram a seus menores preços em mais de três meses e provocou severa pressão sobre o mercado futuro de ovos na Bolsa de Dalian. 

 

Segundo o Conselho Nacional de Grãos e Óleos da China (CNGOIC), o recebimento de soja brasileira na nação asiática deverá alcançar o recorde das 10 milhões de toneladas e ficar próximo a isso nos meses de junho e julho. Ainda de acordo com a instituição, a força deste movimento vem, principalmente, da recuperação de seus planteis de suínos após os picos de Peste Suína Africana

IMPRIMA ESSA NOTÍCIA ENVIE PARA UM AMIGO

NOTÍCIAS RELACIONADAS

ENVIE SEU COMENTÁRIO