A transferência do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro para a Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, está marcada para a próxima semana. Condenado a 19 anos pela morte do dono do jornal Folha do Estado, Domingos Sávio Brandão, ele cumpre pena na Penitenciária de Segurança Máxima de Rondônia, em Porto Velho. A Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) informou que ele vai ficar sozinho em uma cela, na maior unidade prisional do estado. A data exata da chegada do ex-bicheiro ainda está sendo definida.
Arcanjo será transferido para Mato Grosso após a Justiça de Rondônia negar os pedidos da defesa dele para que permanecesse naquele estado. A decisão da juíza federal Juliana Maria da Paixão foi proferida em novembro do ano passado. No despacho, a juiza de Rondônia disse que o estado de Mato Grosso tem que ter condições de abrigar o reeducando, considerado de alta periculosidade. A Sejudh informou que ele vai ficar em uma das celas que recentemente foram reformadas.
O ex-bicheiro foi condenado pelo Tribunal do Júri, em outubro do ano passado. Em depoimento, ele negou ter mandado assassinar Sávio Brandão. Também disse desconhecer uma reportagem publicada pelo jornal de Sávio Brandão sobre um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), onde é apontado como o chefe do crime organizado em Mato Grosso e que, segundo a família de Sávio Brandão, foi a ‘gota d’água’ para que o empresário fosse morto.
Arcanjo foi preso em 2003 em Montevidéu, no Uruguai, durante a Operação Arca de Noé, deflagrada em Mato Grosso pela Polícia Federal com vistas a desarticular o crime organizado. Ele foi extraditado para o Brasil por determinação do juiz Julier Sebastião da Silva, em 2006, e atualmente está preso na penitenciária federal de Porto Velho (RO).
Arcanjo cumpre, atualmente, pena por sonegação fiscal, formação de quadrilha, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro, cujos processos são decorrentes da Justiça Federal. Ele foi sentenciado a 19 anos e quatro meses de reclusão por esses outros crimes.
Assassinato
Sávio Brandão foi morto a tiros dia 30 de setembro de 2002, quando estava acompanhado de um amigo em frente à obra da futura sede do jornal Folha do Estado, de propriedade dela. Os disparos foram efetuados por dois homens que estavam em uma motocicleta. Um deles, na garupa, sacou uma pistola e disparou os tiros à queima roupa. A polícia aponta que a execução do empresário ocorreu devido às reportagens veiculadas no jornal de Sávio sobre negócios fraudulentos, irregularidades e jogatina ilegal envolvendo João Arcanjo.
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