Mato Grosso, 03 de Agosto de 2025
Esportes

Ex-líder de organizada do Cruzeiro deixa estádios por causa da violência

04.09.2013
11:03
FONTE: GLOBOESPORTE.COM

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Um caixote de madeira, uma camisa chamativa e muito amor ao Cruzeiro. Esses elementos fizeram de Alexandre Eustáquio Vieira, conhecido como Fubá, um símbolo da torcida celeste. O comandante dos cruzeirenses no Mineirão nunca assistiu a um gol do time porque sempre ficou de costas para o campo, agitando a torcida. No entanto, os mais de 25 anos como ícone da maior torcida organizada do Cruzeiro não o fizeram imune à violência nos estádios. Fubá foi agredido por integrantes da própria organizada do clube estrelado. Desde então, não pisou mais nos estádios.

Sempre com o escudo do Cruzeiro no peito, Fubá ficou conhecido por usar uma camisa amarela e ficar de pé puxando as músicas que a torcida cruzeirense acompanhava. Na final do Campeonato Mineiro deste ano, teve uma das maiores decepções da vida: foi agredido e quebrou três costelas. Parte da torcida organizada discordava da postura do líder cruzeirense no estádio, o que Fubá considera uma falta de reconhecimento por tudo que ele já fez pelo Cruzeiro.

- Foi na final do Campeonato Mineiro, nos jogos entre Cruzeiro e Atlético-MG. No jogo do Independência eu fui agredido. O pessoal me empurrou, eu caí e machuquei. Eu fiquei na minha até o fim do jogo porque o pessoal não queria que eu ficasse lá. No outro jogo, no Mineirão, que o Cruzeiro ganhou de 2 a 1, mas o Atlético-MG foi campeão, eu estava lá. E os mesmo integrantes me empurraram e eu machuquei. Nesse dia eu quebrei três costelas. Aí eu pensei, quando estava no hospital, que eu fiz tudo pela Máfia Azul e é triste chegar ao ponto de pessoas usando a mesma camisa que eu visto não me reconhecerem e me agredirem. Desde então eu não voltei ao estádio.

Segundo Fubá, o motivo das divergências é uma fissura no comando da torcida organizada. Membros mais novos têm pensamento diferente dos mais antigos. Ele, que afirma nunca ter se envolvido em um briga dentro de estádio, ficou magoado com a falta de reconhecimento dos torcedores.

- Eu vou falar aqui o que eu nunca falei antes: sou um camarada que sempre me doei ao máximo para a Máfia Azul, mas a torcida teve uma divisão, divergências entre as diretorias. Eu gostava de fazer meu trabalho, não estou nem de um lado nem do outro. Eu quero que a torcida vá para frente. Mas eu fiquei revoltado porque eu sou uma pessoa que nunca briguei com ninguém. Pode ver na Polícia Militar, nunca tive uma ocorrência no Mineirão.

O torcedor, no entanto, não largou o futebol. Fubá mantém, em um shopping popular, na região central de Belo Horizonte, uma loja de artigos esportivos e camisas de times de futebol. Mas, apesar de manter o negócio, o torcedor reconhece que sente falta da vibração da torcida cruzeirense. Ele explica que só voltará ao comando da torcida caso os dirigentes da organizada resolvam as divergências internas.

- Se eu tiver que voltar eu vou voltar sim, mas o pessoal vai ter que se reunir. Eu sinto falta. Eu queria estar lá passando garra para a torcida. Se eles quiserem que eu volte, eu vou voltar, se não, tudo bem. Chega uma hora que você cansa. É igual um pai criar um filho, levá-lo para a escola, e na hora que o pai mais precisa dele, o filho bate no pai. Eu me senti assim. Eu fiz tudo pela Máfia Azul. Eu tenho que trabalhar, me sustentar, estou com a minha loja e bola para frente.

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