Léo Ortiz domina a bola, cabeça erguida rente à linha lateral, e logo emenda um lançamento longo e certeiro, que cruza todo o campo até repousar no peito de Carlos. O atacante dribla o marcador e abre caminho para a goleada por 4 a 1 sobre o Oeste, pela Copa do Brasil. O jovem precisou de pouco mais de 13 minutos em sua estreia como atleta profissional para mostrar suas credenciais, de zagueiro de técnica apurada, lapidada desde cedo. O garoto de 21 anos aprendeu a marcar com seu "pior" adversário: o pai, Ortiz, lenda do futsal. E carrega o DNA paterno como trunfo para deslanchar na defesa do Inter em 2017.
A aptidão com a bola nos pés vem do berço, assim como a paixão pelo Inter. O garoto é colorado desde pequeno, quando via o pai entortar adversários na quadra do Gigantinho. Quadra em que ele próprio sonhou brilhar, antes de rumar ao campo, meio a contragosto. Léo Ortiz chegou ao Inter com 16 anos, como volante, logo transformado num zagueiro de boa saída de bola e liderança, até como capitão na base colorada. E que se acostumou a "cortar caminho": de último na fila, virou titular após a estreia, em 22 de fevereiro, diante do Oeste, e já enfileirou uma sequência de cinco jogos no time principal.
Ortiz recebeu a reportagem do GloboEsporte.com na manhã de segunda-feira, no escritório do ex-volante Magrão, seu empresário e conselheiro, dono de vasta experiência como atleta campeão no Inter. O zagueiro revisitou a infância imersa no futsal, sempre colado no pai, que serve como base para nortear cada decisão dentro de campo. Inspirado em Mascherano e Mats Hummels, o jovem de 21 anos traçou ainda os planos para o presente – e o futuro – pelo Colorado. Seu contrato, renovado recentemente, vai até 2019.