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O novo secretário de Saúde de Mato Grosso, Mauri Rodrigues de Lima, anunciou nesta sexta-feira (1°) como primeiro desafio à frente da pasta uma força-tarefa com prefeitos mato-grossenses para contratar médicos especialistas que atuem nas cidades polo de cada um dos 16 consórcios intermunicipais de Saúde. A escassez de profissionais no interior foi apontada como uma das principais dificuldades da gestão pelo secretário, em sua primeira entrevista coletiva concedida à imprensa.
O pressuposto, segundo o secretário, é que os municípios se encarreguem da atenção básica, como têm feito, enquanto o estado provê os serviços de alta complexidade e especialidades. Contudo, até mesmo concursos públicos para o interior têm tido baixa procura de profissionais, gargalo que precisa ser corrigido a fim de que a distribuição de tarefas entre as duas esferas funcione.
“Os equipamentos custam caro, a logística é difícil, até porque Mato Grosso é um estado continental, mas quem opera esses equipamentos? Trazer os profissionais é o mais complicado. O estado precisa começar a discutir essa descentralização para que os pacientes não padeçam”, defendeu Lima.
Devido à pouca atratividade dos postos de trabalho no interior e também de altos custos de vida em algumas cidades, regiões inteiras do estado chegam a ficar desguarnecidas e os pacientes precisam trazer suas demandas para Cuiabá ou tentar atendimento em outros estados.
No caso da neurologia, por exemplo, Lima menciona que toda a região Sul do estado está sem profissional especializado na área. No Norte, conta-se apenas com um em Sinop, a 503 km de Cuiabá, cidade onde Lima antes atuava como secretário municipal de Saúde. Lá, ele conta, quatro concursos para médicos especialistas chegaram a ser abertos em pouco mais de um ano. Houve certame sem qualquer procura. O secretário planeja uma reunião com os prefeitos das cidades polo dos 16 consórcios intermunicipais para definir uma força-tarefa com o objetivo de suprir a demanda por especialistas no interior.
Repasses
Objeto de reclamações de prefeitos devido a atrasos sucessivos, o repasse de verbas do estado para os fundos municipais de saúde é outro assunto emblemático do setor em Mato Grosso atualmente. Uma lei estadual publicada em 28 de dezembro assegura a execução das transferências, mas estas ainda devem ser regulamentadas, bem como as cotas de cada município. O novo secretário de saúde informou que está confeccionando uma portaria para disciplinar o cumprimento da lei 9.870. O prazo de 60 dias a partir da publicação estão correndo, mas ele garante que assinará a portaria antes disso.
Alto Custo
Para a Farmácia de Alto Custo, o novo secretário não anunciou medidas, apesar de tratar-se de um alvo recente de críticas porque pacientes só têm conseguido obter seus medicamentos por meio de decisões judiciais obrigando o estado a entregá-los.
Lima afirmou que tem cobrado celeridade dos procedimentos técnicos e burocráticos envolvidos na liberação dos medicamentos, mas também atribuiu a falha à alta demanda dos laboratórios fornecedores, os quais estariam sofrendo com a escassez de insumos muitas vezes importados.
Pessoal e Leitos
Questionado sobre a necessidade de contratação de mais profissionais da saúde, o que já foi inclusive apontado pelo Sindicato dos Médicos (Sindimed), Lima informou não haver qualquer previsão de lançamento de concurso público. Um levantamento estaria sendo feito pela SES para quantificar a demanda.
Resposta semelhante recebeu o questionamento a respeito da necessidade de abertura de novos leitos hospitalares no estado. O Sindimed calcula o déficit em 2 mil, mas o estado não tem qualquer medida prevista para resolver a carência.
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