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Dezoito de abril de 2004. Há exatos 15 anos, Jean entrava para a galeria de super-heróis do Flamengo.
Com três gols e uma atuação divina - como ele mesmo prefere acreditar -, o atacante, então com 22 anos, garantiu a vitória de virada por 3 a 1 sobre o rival Vasco e o título carioca daquele ano.
"Deus me abençoou naquele jogo. Se não fosse ele, eu não seria tão abençoado naquele dia", diz Jean.
Hoje aos 37 anos de idade e sem clube, Jean ainda crê que aquele domingo de 2004 foi uma obra sobrenatural. E não é para menos. Afinal, ele é o único jogador na história a ter marcado três gols numa decisão entre Flamengo e Vasco.
No confronto de ida, o Fla havia vencido o rival por 2 a 1 - gols de Rafael Pereira e Fabiano Eller. Entre muitas provocações, os clubes voltaram a se enfrentar no dia 18 de abril, com quase 80 mil pessoas no Maracanã.
O Vasco abriu o placar com Valdir Bigode logo aos dois minutos de jogo. Mas foi aí que a estrela de Jean brilhou. Oportunista, o camisa 9 aproveitou todas as chances que teve no segundo tempo e guardou três, superando o goleiro Fábio, hoje no Cruzeiro.
- Foi o jogo que marcou a minha vida. Se eu não me engano, sou o único jogador a marcar três gols num Flamengo e Vasco numa final até hoje. Muitos jogadores já jogaram, como Romário, Edmundo, Sávio, e não conseguiram esse feito. E eu consegui com mais de 80 mil pessoas no Maracanã. Um jogo que ficou marcado e marca até hoje - conta.
Revelado pelo Flamengo, Jean deixou o clube em 2005 e, a partir daí, vestiu a camisa de vários clubes do futebol brasileiro, como Corinthians, Santos, Fluminense e do próprio Vasco, onde teve duas passagens - pelo Cruz-Maltino, chegou a marcar contra o Flamengo durante o Brasileirão de 2006. (Recorde o gol de Jean pelo Vasco no clássico no vídeo abaixo).
No último dia 24 de março, o atacante chegou a ser homenageado pela diretoria do Flamengo na vitória do Rubro-Negro por 3 a 2 sobre o Fluminense, no palco onde viveu o ápice da sua história como jogador.
- Onde eu passo, em restaurante, nos jogos, as pessoas me lembram. Fui homenageado num Flamengo e Fluminense no mês do meu aniversário e pude ser lembrado pelo presidente Landim. Fui homenageado com uma camisa no Maracanã. Pude assistir ao Fla-Flu, e os os torcedores ainda lembraram, falaram que eu ainda posso jogar. Fico muito grato por tudo isso, por ter esse reconhecimento, tanto no estádio como na rua.
Mas engana-se quem pensa que Jean tem um lado favorito para torcer no próximo domingo, quando Flamengo e Vasco voltam a decidir o Campeonato Carioca no Maracanã - na ida, o Rubro-Negro venceu por 2 a 0, com dois de Bruno Henrique, que, por pouco, não igualou o feito de Jean, já que teve um gol anulado.
- Eu vou ficar em cima do muro. Tenho um carinho grande pelas duas equipes. O Flamengo foi onde eu comecei com 10 anos, tenho um carinho especial. Foram 15 anos de Flamengo. Foi ali onde tudo começou. Tenho um carinho grande pela instituição, pela torcida até hoje. Mas eu respeito muito o Vasco também. No momento mais difícil da minha carreira, eles abriram as portas para eu voltar quando eu estava na Rússia. Lógico que o Flamengo abriu uma grande vantagem, mas tudo pode acontecer num Flamengo e Vasco.
A torcida do jogador para o domingo, no entanto, é uma só:
"Só espero, fico torcendo, para que ninguém faça três gols na final no último jogo (risos)".
Nada de aposentadoria
Depois de rodar por vários clubes de menor investimento do futebol brasileiro nos últimos anos, Jean ainda acredita que tem lenha para queimar. Mesmo sem atuar desde 2018, quando defendeu o Uberlândia-MG, o atacante descartou a aposentadoria dos gramados.
- Tive três propostas para jogar, uma pelo Carioca e outras duas no Espírito Santo. Mas eu achei que o projeto não seria legal, não foi o que eu imaginava. Quero continuar jogando, mas quero que seja um projeto legal, para dar sequência. Acabei de ter uma filha, e eu preferi ficar com ela. Se abrir alguma porta com um grande projeto, eu estarei à disposição para jogar - afirma.
Apesar disso, o veterano já vem estudando para quando decidir pendurar as chuteiras.
- Venho pensando nisso há anos. Eu até estou fazendo cursos de treinador, de auxiliar, venho estudando, venho trabalhando. A carreira de jogador acaba cedo e temos uma vida inteira pela frente. Ainda penso em jogar, tenho condições de jogar. Mas eu já venho estudando, já até consegui tirar a carteira para dar aula para as crianças. Tenho mais de 20 anos de carreira como profissional e, quando eu parar, quero continuar trabalhando com o futebol - encerrou.
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