Mato Grosso, 19 de Abril de 2024
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Médicos suspeitos de esquema na Saúde em Cuiabá descumprem horário de recolhimento e defesa alega atendimento

15.05.2019
15:20
FONTE: G1 MT

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  • Fábio é médico intensivista concursado na rede pública de Cuiabá e está lotado na UPA da Morada do Ouro — Foto: Leandro Agostini/Centro América FM

    Fábio é médico intensivista concursado na rede pública de Cuiabá e está lotado na UPA da Morada do Ouro — Foto: Leandro Agostini/Centro América FM

O advogado dos médicos Luciano Correia Ribeiro e Fábio Liberali Weissheimer, supostamente envolvidos em um esquema de irregularidades na prestação de serviços médicos hospitalares, informou à juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Ana Cristina Mendes, que ambos descumpriram uma das medidas cautelares impostas para que deixassem a prisão, no último dia 3.

 

O advogado Hélio Nishiyama encaminhou à magistrada explicações sobre o motivo da quebra da cautelar que impõe que ambos devem se recolher em casa entre as 19h e 6h.

 

Segundo ele, Luciano precisou atender uma paciente com “cisto sebáceo infectado em região do apêndice” no dia 7 de maio, às 18h49. Por isso, só conseguiu chegar em casa às 19h30.

 

Já Liberali precisou atender um paciente na última quarta-feira (8) às 18h41, razão pela qual chegou em casa às 19h10.

 

Além da explicação, o advogado pede que a medida cautelar seja retirada, já que Luciano e Fábio, além do ex-secretário de Saúde de Cuiabá Huark Douglas Correa, são médicos e precisam fazer plantões noturnos.

 

Segundo a defesa, Fábio é médico intensivista concursado na rede pública de Cuiabá e se encontra lotado na UPA da Morada do Ouro onde trabalha das 19h às 07h toda segunda e terça-feira.

 

Huark é médico intensivista de Cuiabá e está lotado no Pronto Socorro, onde cumpre carga horária das 07h às 11h, de segunda a sexta-feira.

 

Além disso, segundo a defesa, tanto Fábio quanto Huark cumprem escalas de plantão nas unidades hospitalares em que trabalham, de modo que frequentemente trabalham em horários diversos, incluindo o período noturno, finais de semana e feriados.

 

“Importante destacar que as empresas investigadas no bojo da Operação Sangria, quais sejam Proclin, Qualycare, Pró-Labore, nunca tiveram contratos públicos com o Pronto Socorro de Cuiabá e com a UPA Morada do Ouro, motivo pelo qual o retorno dos acusados às atividades laborais não implica em qualquer risco às investigações”.

 

Já Luciano é professor concursado da faculdade de medicina da UFMT e exerce suas funções no Hospital Universitário Júlio Muller, bem como na Clínica da Família no Bairro CPA.

 

Operação sangria

Huark confessou envolvimento em um esquema de desvio de recursos da secretaria, em processos de licitação do Hospital São Benedito.

 

O ex-secretário se comprometeu a colaborar com as investigações. Com isso, a juíza decidiu pela soltura dele e dos outros dois médicos, que estavam presos em março.

 

Os investigados terão que cumprir medidas cautelares, como não se ausentar de Cuiabá, terem o passaporte retido, não comunicarem entre si, nem com outros agentes públicos, não frequentar órgãos da administração pública, comparecer a todos os atos do processo e uso de equipamento de monitoração eletrônica.

 

O ex-secretário estava preso desde o dia 30 de março.

 

Ele e outras seis pessoas foram detidas durante a segunda fase da Operação Sangria, que apura fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas ilícitas praticadas por médicos, funcionários públicos e outros, por meio de contratos vinculados às secretarias estadual e municipal de Saúde com as empresas usadas pela organização.

 

Segundo a apuração, a organização mantinha influência dentro da administração pública, no sentido de desclassificar concorrentes, para que ao final, apenas empresas pertencentes a eles (Proclin/Qualycare) pudessem atuar livremente no mercado.

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