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Policiais civis interditaram 49 postos de combustíveis nesta quarta-feira (5) em cidades do Piauí, Maranhão e Tocantins. A ação faz parte da Operação Carbono Oculto 86, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro de R$ 5 bilhões ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, o grupo usava empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para lavar dinheiro para o PCC, fraudar o mercado de combustíveis e ocultar patrimônio. Dezesseis postos ficam na capital piauiense Teresina.
Entre os bens apreendidos estão quatro aviões: um Raytheon Aircraft 400A, um Aircraft Astra SPX, um Aircraft C90A e um Cessna Aircraft 210M, que pertence ao empresário Haran Santhiago Girão Sampaio.
Elas serão enviadas à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para inserção de gravame — ou seja, uma restrição nos documentos dos veículos.
O g1 não conseguiu contato com a defesa de Haran até a última atualização desta reportagem. A polícia apreendeu ainda um Porsche avaliado em mais de R$ 550 mil.
Os policiais também cumpriram mandados de busca e apreensão nos seguintes endereços ligados aos investigados:
Duas casas localizadas em condomínio de luxo nos bairros Uruguai e Novo Uruguai, na Zona Leste de Teresina; Cinco apartamentos nas zonas Leste, Sudeste e Sul de Teresina; Uma casa localizada em condomínio em Araraquara (SP).
A Justiça determinou o sequestro de R$ 348 milhões em bens de 10 pessoas e 60 empresas.
Como era o esquema
De acordo com a Polícia Civil do Piauí, o valor de R$ 5 bilhões foi identificado em movimentações atípicas das empresas envolvidas no esquema. A suspeita é que ele seja semelhante ao descoberto na Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto.
Segundo os investigadores, empresários locais estão ligados aos mesmos fundos e operadores já identificados operação de agosto, considerada a maior operação contra o crime organizado já realizada no Brasil.
Para dificultar a identificação dos reais beneficiários, os suspeitos usaram nomes de laranjas, constituíram fundos e usaram fintechs para movimentações financeiras, mesmo modo de operação verificado na outra operação.
A investigação aponta ainda que os postos vendiam combustível adulterado e que usaram fraude fiscal para deixar de pagar milhões de reais em impostos.
Quem são os alvos
O empresário Haran Santhiago e outros cinco investigados — Danillo Coelho de Sousa, Moisés Eduardo Soares Pereira, Salatiel Soido de Araújo, Denis Alexandre Jotesso Villani e João Revoredo Mendes Cabral Filho — foram alvos de medidas cautelares. A defesa deles não foi encontrada até a última atualização desta reportagem.
A Justiça determinou que eles compareçam ao tribunal sempre que forem intimados. Eles estão proibidos de saírem de Teresina e mudarem de endereço sem autorização judicial.
Outra proibição imposta aos alvos é de se comunicarem com os demais investigados por qualquer meio, inclusive redes sociais, aplicativos de mensagens e terceiros.
Onde estão os postos
De acordo com a SSP, os policiais estão em campo para interditar os postos localizados nas seguintes cidades:
Piauí: Teresina, Lagoa do Piauí, Demerval Lobão, Miguel Leão, Altos, Picos, Canto do Buriti, Dom Inocêncio, Uruçuí, Parnaíba e São João da Fronteira;
Maranhão: Caxias, Alto Alegre e São Raimundo das Mangabeiras;
Tocantins: São Miguel do Tocantins.
Uma coletiva de imprensa será realizada às 11h desta quarta, na sede do Ministério Público do Piauí, em Teresina, para dar mais detalhes sobre a operação.
Braço do PCC no Nordeste
A investigação teve início após a venda da rede HD, que possui dezenas de postos no Piauí, Maranhão e Tocantins, em dezembro de 2023. A polícia descobriu que a rede foi vendida à Pima Energia e Participações, que havia sido criada apenas seis dias antes da operação.
Informações levantadas pelos investigadores indicaram ainda inconsistências patrimoniais e alterações societárias suspeitas.
A investigação identificou ainda remessa de mais de R$ 700 mil de um dos suspeitos para uma empresa citada na operação Carbono Oculto por ligação com o esquema do PCC.
Ainda segundo a investigação, há indícios de fraude fiscal e de emissão de notas fiscais frias pelo grupo, além do uso de fundos e holdings para ocultar recursos.
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