Tranquilo e discreto. Confiante e feliz. Essas são algumas características que o meia-atacante Jorge Henrique almeja levar da vida para o futebol. Superado um período de turbulência, o jogador recuperou o espaço com o técnico Diego Aguirre, de quem recebeu o honroso status de “peça única” na engrenagem do time colorado.
Nesse clima de reestreia, quer agora ser reconhecido e “aplaudido” pelo torcedor. Disposição não faltará. Nem oportunidade. A mais próxima será nesta quarta-feira, a partir das 22h, quando o Inter recebe o Emelec, pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores.
Na tarde ensolarada desta terça-feira, o atleta aceitou receber o GloboEsporte.com em sua casa na norte de Porto Alegre, para acompanhar parte da sua rotina com a esposa Eunice, junto com os filhos Tiago, que completa seis anos neste domingo, e Letícia, de três.
Aos 32 anos, Jorge Henrique se mostrou ainda mais amadurecido. Com estilo paizão, apaixonado por crianças, fez questão de falar sobre o momento atual e também da falta de compreensão. Afinal, quase saiu do clube por ter sido fotografado com Dida em festa funk em janeiro na capital gaúcha, enquanto se tratava de lesão.
- Depois da foto, conversei com a diretoria e deixei claro que estava de folga. Alguns torcedores não sabem separar a vida profissional e pessoal do jogador - conta.
O assunto já é passado. Quer somente mostrar futebol e ajudar o Inter. Não deseja ser protagonista e, sim, funcional, do mesmo estilo que leva a vida. Mas, claro, almeja estar em sintonia com torcedores. Quer que vaias fiquem no passado.
- Não espero ser ídolo como o D'Alessandro e o Fernandão. Mas quero ser respeitado, entrar no local de trabalho onde eu posso errar, mas procuro sempre acertar. Quero ser aplaudido também como vários jogadores, até porque eu corro muito, dou meus carrinhos. fico triste quando não ganho, é meu trabalho. Dentro de campo eu quero jogar tranquilo com o apoio da torcida - completa.
Jorge Henrique tem contrato até o final da temporada com o Inter. Até o momento, atuou em 67 partidas e marcou sete gols pelo clube. O último deles na quinta-feira, na vitória sobre a Universidad de Chile. Na ocasião, foi a surpresa de Aguirre e, ao anotar gol, chegou a chorar de emoção, em tom de desabafo.