Mato Grosso, 27 de Maio de 2025
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Suspeito de partos com violência, médico é alvo de dois inquéritos policiais em MT

09.06.2017
14:05
FONTE: G1 MT

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    Médico trabalha no Hospital São Luiz e foi afastado após morte de bebê (Foto: Reprodução/ TVCA)

Há dois inquéritos em andamento na Delegacia de Cáceres, a 220 km de Cuiabá, contra um médico por suposta violência durante dois partos realizados neste ano. Além do caso recente que ganhou repercussão após a morte do recém-nascido, na segunda-feira (5), o obstetra do Hospital São Luiz, em Cáceres, a 220 km de Cuiabá, é investigado por suspeita de ferir uma mãe e o bebê dela durante o parto realizado no início deste ano, segundo o delegado Alex Cuiabano. O médico alega ter agido corretamente durante o procedimento.

 

Nesse caso anterior, a mãe e o bebê, que moram na zona rural de Reserva do Cabaçal, município a 412 km de Cuiabá, sobreviveram, mas tiveram fraturas. "As situações são semelhantes. Foi feita pressão no abdômen das pacientes para forçar o parto. Teve muitas sequelas, principalmente psicológicas", afirma o delegado. A investigação, contudo, corre em sigilo.

 

O delegado revela que uma das dificuldades enfrentadas pela polícia para concluir esse tipo de investigação é em relação à perícia. "Dependemos da perícia [para concluir as investigações e, quando envolve médico, existe uma dificuldade maior", diz.

 

Nos dois casos, os inquéritos foram instaurados após denúncia da família das vítimas. No fato mais recente, o bebê morreu cinco dias após o parto. A mãe da criança, Rosa Maria Martins Pires, alega que o médico foi agressivo durante o procedimento e a obrigou a ter parto normal, realizando um procedimento que força a saída do bebê, método contraindicado pelo Ministério da Saúde, enquanto ela, já sem forças, pedia que fosse realizada uma cesariana.

 

O médico negou que a paciente tenha pedido para realizar cesariana, mas disse ter dado medicamentos para induzir o parto normal. Ele afirmou que o ultrassom indicava que havia pouco líquido amniótico e, por isso, decidiu dar um medicamento à paciente para ajudar no parto. Segundo ele, não existia a possibilidade de fazer cesariana.

 

A paciente e testemunhas desse caso já começaram a ser ouvidas pelo delegado.

 

"Buscamos documentos, prontuários médicos, receitas, e o que nos vai dizer muito é o laudo de necropsia e depois desses procedimentos vamos concluir a investigação", pontua o delegado.

 

Além dessas investigações policiais, a conduta profissional de Jarbes Balieiro está sendo apurada pelo próprio hospital, por meio de uma sindicância, e pelo Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT). Até o término das investigações ele deve permanecer afastado da função, segundo a direção da unidade.

 

Ele já responde a um processo criminal pela morte de outro bebê nessa mesma unidade de saúde, em 2010. A denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra o obstetra foi aceita pela Primeira Vara Criminal daquele município em janeiro deste ano.

 

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