Mato Grosso, 27 de Junho de 2025
Economia / Agronegócio

Usiminas desativa setor que produz matéria prima para o aço em Cubatão

08.12.2015
11:03
FONTE: G1

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  • Portaria da Usiminas, em Cubatão, SP
A empresa Usiminas, em Cubatão (SP), iniciou a desativação de um dos setores da coqueria, responsável pela produção da matéria-prima para construção do aço.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santos, Florêncio Resende de Sá, o Sassá, afirma que o fechamento do setor é o "primeiro passo" para a paralisação dos serviços primários da siderúrgica.

"Eles iniciaram essa desativação no domingo (6) e, segundo estipulamos, o fechamento total deve ocorrer até sexta-feira (11). A empresa já havia avisado que iria paralisar os serviços, então a ação está dentro do cronograma", explica.

Em nota, a Usiminas informa que iniciou o processo de desativação da Coqueria 1 como parte de seu plano de ajuste de capacidade produtiva anunciado para a Usina de Cubatão.

De acordo com a empresa, a ação está em fase de conclusão, "conforme os padrões técnicos comuns a este tipo de procedimento, com foco na segurança das pessoas, do meio ambiente e das demais operações da usina".

Depoimento na CPI

O diretor presidente da siderúrgica Usiminas, Rômel Erwin de Souza, presteou depoimento na CPI do BNDES, na Câmara dos Deputados, em Brasília, no dia 26 de novembro e afirmou ser "muito difícil" evitar as demissões na unidade da empresa em Cubatão.

Erwin de Souza foi convocado depois que a companhia pediu, entre os anos de 2001 e 2006, mais de R$ 2 bilhões emprestados ao banco para ampliar as unidades de Cubatão e Ipatinga (MG) mas, no entanto, anunciou recentemente a paralisação da produção de aço na Baixada Santista.

De acordo com o diretor presidente da siderúrgica, a situação continuará crítica mesmo com o auxílio do Governo Federal e que a empresa mantém os pagamentos dos financiamentos em dia.

"Na proporção que estamos, é muito difícil [evitar as demissões]. Quando falamos de postos de trabalho, temos que associá-los a um volume de produção. O mercado interno diminui a cada dia e cada vez mais temos que exportar. O Governo Federal pode até amenizar essa situação, mas resolvê-la será muito difícil", afirmou Souza.

Paralisação dos serviços

Em balanço divulgado no final de outubro deste ano, a companhia teve prejuízo líquido de R$ 1,042 bilhão no terceiro trimestre de 2015, o quinto resultado trimestral negativo consecutivo e que veio mais fraco que a média de expectativas do mercado.

Com isso, a Usiminas anunciou paralisação "temporária" da produção de aço na usina siderúrgica de Cubatão.

Segundo números da prefeitura de Cubatão, cerca de oito mil trabalhadores podem perder seus empregos, entre funcionários da Usiminas e de empresas que prestam serviços para a siderúrgica.

A prefeita Márcia Rosa (PT) chegou a afirmar, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb), que a cidade "vai fechar" caso a Usiminas paralise suas atividades.

Durante reunião com o presidente da empresa, a prefeita recebeu a notícia que as demissões podem ser adiadas até janeiro de 2016.

“O presidente me falou sobre as idas dele à Brasília, para discutir o valor do aço. A concorrência é desleal. Precisamos aquecer o cenário nacional, a indústria automobilística, para evitar demissões”, completa.

Protestos

No dia 11 de novembro, manifestantes realizaram um ato na porta da Usiminas contra a paralisação na produção de aço.

Durante o protesto, houve confronto entre os manifestantes e a Polícia Militar. Três pessoas que participavam do ato foram detidas.

Após a manifestação, a prefeita Marcia Rosa discursou em um carro de som e condenou a ação da PM.
"Quero agradecer a todos que saíram de casa e vieram lutar pelo direito de ter um emprego. A polícia dormiu lá, se alimentou, para receber os trabalhadores na porrada. Foi porrada nos trabalhadores", enfatizou a prefeita.

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