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A viúva e mãe dos procuradores Saint-Clair Martins Souto, de 78 anos, e Saint-Clair Diniz Martins Souto, pai e filho, respectivamente, que foram assassinados em 2016 em Vila Rica, a 1.276 km de Cuiabá, diz que espera a pena máxima ao vaqueiro José Bonfim Alves Santana, de 45 anos, acusado do assassinato.
O júri começa nesta terça-feira (6) e deve se estender até quinta-feira (8).
Elizabeth Diniz Martins Souto é mulher de Saint-Clair Martins Souto e mãe de Saint-Clair Diniz.
“A vida toda subi na tribuna e nunca pude imaginar que já no apagar das luzes, há tantos anos de profissão, querendo parar, eu fosse fazer Justiça ao meu marido e ao meu filho”, comentou.
Advogada, ela será assistente de acusação e a nora dela, viúva de Saint Clair Filho, Maria Cecília de Marco Rocha, que é juíza federal, será representada como assistente de acusação pelo advogado Mário Alves Ribeiro.
“Eu tenho essa obrigação: é uma homenagem que eu faria a meus filhos e netos. Eles eram dois companheiros maravilhosos. Espero que o conselho de sentença e o juiz dê a pena máxima [a Bonfim]. Nenhuma pena substitui a dor. Se a pena dele é temporária, a nossa dor é infinita e eterna”, afirmou.
O advogado do réu, Oswaldo Augusto Benez dos Santos, diz que tentará uma pena menor a Bonfim, que é réu confesso.
“É um dos júris realizado que vai ficar para a história. É um aparato muito grande que, a meu ver, não teria tanta necessidade. Não é porque ele cometeu os delitos que ele se torna uma pessoa extremamente perigosa. Nosso objetivo é atenuar a pena do Bonfim. Ele confessa os dois crimes e a nossa função é uma pena menor”, pontuou.
Raquel Diniz Martins Souto, filha e irmã das vítimas, também está presente no júri e acompanha o caso.
“Esperamos a pena máxima. É um momento muito doloroso, uma dor imensa. Não vai trazer meu pai e meu irmão de volta, não vai diminuir a dor, mas, pelo menos, nos dá a sensação de dever cumprido, de que não fica a impunidade", avaliou.
Raquel mora em Portugal e viajou até Mato Grosso para acompanhar o júri.
O caso
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), Bonfim atirou em Saint-Clair quando o idoso estava montado em um cavalo. A vítima foi atingida pelas costas enquanto andava pela propriedade.
O funcionário, então, foi até o curral da fazenda e procurou pelo filho da vítima dizendo que o pai havia caído no pasto. Os dois foram a cavalo até o local indicado por Bonfim.
No momento em que Saint-Clair viu o pai caído, desceu do cavalo e se aproximou. Bonfim, ainda montado no cavalo, atirou e matou a segunda vítima pelas costas. O funcionário ainda escondeu os corpos das vítimas.
Para o MPE, Bonfim matou as vítimas porque os procuradores teriam desconfiado que o funcionário estava furtando gado e revendendo os animais deles. O vaqueiro confessou o crime, tanto à polícia quando à Justiça de Mato Grosso
Quando do início das novas investigações sobre o crime de furto de gado, o delegado Gutemberg de Lucena afirmou à época que o funcionário teria causado um prejuízo de, pelo menos, R$ 1 milhão às vítimas.
Com a quebra do sigilo bancário, a polícia descobriu que a movimentação financeira na conta do funcionário nos últimos meses era bem maior do que salário que ele recebia, de R$ 1,2 mil por mês. Ele foi capturado após fazer um saque em uma agência em Colinas do Tocantins.
Bonfim era funcionário da família há oito anos.
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