Mato Grosso, 05 de Maio de 2024
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Chuva compromete a produção de hortaliças em Tangará da Serra (MT)

18.01.2015
05:33
FONTE: G1

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Com a chegada do tempo chuvoso em Tangará da Serra, os produtores da região tiveram que aumentar a área cultivada para conseguir atender as encomendas da clientela. Gilberto dos Santos Silva cultiva hortaliças, legumes e frutas há dez anos. São três hectares ao todo em sua propriedade.

Ele conta que as chuvas que caíram quando os pés de alface estavam pequenos mancharam as folhas que formam a parte de baixo da planta. Com isso, apenas a parte central da planta pode ser aproveitada, o que diminui o volume produzido. “A gente fala que perde 50% do pé de alface, ele fica danificado, então você pega um canteiro desse de alface desse aqui que daria 100% de produção na safra ele cai pra 50%", calcula.

Por dia, ele tem que produzir 25 caixas de alface por dia para cumprir os contratos já fechados com supermercados e restaurantes. Hoje para fazer um feixe de alface, ele usa de seis a sete pés, sendo que em um período de safra normal ele usa de dois a três pés no máximo. A alternativa encontrada pelo produtor foi aumentar a quantidade de área plantada. “Hoje eu tenho 35 canteiros de alface. No período normal isso cai pra 15, 20 no máximo”, comenta.

A diversificação nessas horas ajuda a equilibrar as contas do produtor, já que, se a chuva frequente prejudica as hortaliças, beneficia o pomar, pois as árvores frutíferas precisam de bastante água para crescer. O maior volume de água traz economia de energia para o produtor na irrigação.

“É bom até porque se for jogar água nessas frutas, elas exigem muita água e o custo de energia também sobe muito, então pra fruta a gente até agradece a Deus que venha chuva”, diz.

Em outra propriedade, localizada no Distrito de Progresso, as hortaliças ocupam 7 hectares divididos entre canteiros tradicionais, cobertos por sombrites e estufas hidropônicas. No período das águas, os cuidados também precisam ser redobrados.

O horticultor Charles Antônio Valério conta que trabalha há 11 anos com o cultivo convencional de solo e em torno de um ano e meio com hidroponia. “Tem os meses que são mais difíceis de produzir, então cuidamos muito nessa época. Aumenta o plantio, tem que plantar muito mais e já fazer essa conta de perda de produção”, comenta.

Além dos cuidados, aumenta também o custo, que fica em torno de 50% maior. Mas, segundo o produtor, apenas uma parte do incremento é repassada aos clientes. Parte do custo é compensada pelo volume comprado, que aumenta. “Tudo que se consegue produzir vende”, conta.

Apesar dos custos mais altos, muitos produtores estão mantendo os mesmos preços praticados há um mês. Em uma feira do município, os consumidores ainda encontram feixes com até quatro pés de alface vendidos a R$ 4.

Nemias de Souza vende as verduras que produz na feira e diz que segurou o preço para manter a clientela. "Por enquanto nós estamos segurando, o quanto puder é melhor pra nós, traz mais gente pra feira, para vendermos", explica.

O contato direto entre produtor e consumidor na feira ajuda a fazer com que os clientes compreendam as dificuldades enfrentadas no campo. “Nós temos que acompanhar que o pessoal é lutador e traz o produto pra nós aqui de qualidade e luta muito esse pessoal, então tem que dar valor a eles pra nós termos nossa feira de qualidade”, diz o eletricista Euzébio José da Silva.

A cliente Lúcia Lazarotto não dispensa uma mesa farta com hortaliças em casa e sai satisfeita. “Por enquanto está o preço que eu sempre pago, R$ 4 o monte, e quanto a legumes, o que tiver na feira eu estou carregando porque com esse calor daqui tem que comer muita verdura, muito legume”, afirma.

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