Célebre há alguns anos, o golpe da lista telefônica perdeu um pouco da ‘fama’, mas continua a fazer vítimas no país há mais de 10 anos. Após a assinatura do empresário, tido como contratante do suposto serviço, a empresa responsável pelo golpe começa a enviar boletos de cobrança, ameaças de protesto, SPC, Serasa entre outros métodos para coagir suas vítimas.
Conforme relatos, a abordagem é feita na maioria das vezes por telefone. Uma pessoa simpática, solícita, que se diz funcionária da agência de publicidade faz contato telefônico com a empresa e informa que a ligação é apenas para confirmação de dados, que não há qualquer custo. Após oferecer serviços totalmente gratuitos, o tal funcionário pede novamente que a vítima confirme alguns dados da empresa para atualizar o cadastro na lista telefônica. Em posse das informações, o golpista envia um contrato para o correio eletrônico da entidade e pede ao empresário ou representante que o devolva assinado via fax ou e-mail. Uma vez assinado e enviado à quadrilha, a vítima começa a sofrer com os prejuízos da ação criminosa.
Na última semana, empresas de Lucas do Rio Verde têm sido alvo de tentativas de estelionato por meio do ‘Golpe da lista telefônica’. A prática ilegal, segundo comerciantes, está sendo realizada por uma empresa do seguimento de publicidade em lista telefônica digital, com sede em São Paulo, denominada Abrange Negócios. A mulher, que se apresenta com diversos nomes, oferece o serviço de forma gratuita, no entanto, no contrato vem exposto que, na verdade, o empresário terá que pagar pelo suposto serviço prestado o valor de R$ 5.976,00, dividido em 12 parcelas de R$ 498,00.
O caso mais recente foi registrado nesta segunda-feira (13), onde a tal funcionária do setor de telemarketing da Abrange Negócios entrou em contato com uma empresa de contabilidade de Lucas do Rio Verde. Logo em seguida, a quadrilha enviou o contrato com os dados da empresa, solicitando o carimbo e assinatura da empresária que, felizmente, não caiu no golpe.
O caso também é acompanhado pela Polícia Civil e, de acordo com o delegado Walter Fonseca, mesmo que as vítimas não cedam ao golpe, é preciso fazer o registro dos fatos na delegacia, pois segundo ele, a partir do momento em que há um envio de contrato por parte da empresa suspeita, o quadro passa a ser caracterizado como tentativa de estelionato, que também se configura crime.
“O primeiro passo para que haja uma investigação é a denúncia, por isso, ainda que o empresário não tenha assinado nenhum documento, mas recebido o contrato, o ideal é que procure a Polícia Civil e registre um Boletim de Ocorrência, já que se trata de uma tentativa de estelionato. Caso o empresário tenha caído no golpe, caracterizando estelionato consumado, também deve prestar queixa. A vítima pode ir à delegacia realizar a denúncia, ou pode entrar em contato via 197, ou ainda, pode enviar uma mensagem em nossa
página do Facebook. Em qualquer um dos meios, a identidade da vítima será protegida em absoluto sigilo” – disse o delegado.
Outra recomendação é que o fornecimento de qualquer tipo de dado seja feito apenas de forma confiável a pessoas identificadas convincentemente e, se porventura cair no golpe, não ceder ao “terrorismo”, antes, a vítima deve procurar a Polícia Civil e o PROCON.
O ExpressoMT tentou contato com a suposta empresa paulista, mas até o fechamento desta reportagem ninguém foi encontrado.
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