A fase pode até ser irregular. Mas se alguém passa ileso pelo momento de reafirmação do Inter no Brasileirão é Alisson. O goleiro de 22 anos virou sinônimo de confiança ao sistema defensivo com suas intervenções e tem sido fundamental na busca por uma vaga na Libertadores do ano que vem. Sua média de defesas difíceis já é mais que o dobro das do antecessor Dida, que apesar da experiência agora é reserva.
Alisson completou um mês como titular colorado na última quarta-feira, com uma atuação destacada no empate em 1 a 1 com o São Paulo no Morumbi. O ponto conquistado fora de casa tem muito do desempenho do jogador, que evitou o gol em quatro oportunidades. Duas delas no mesmo lance.
Após o confronto, Alisson foi questionado por jornalistas, ainda no Morumbi, sobre sua atuação. Preferiu não tecer comentários no calor do jogo. Se disse feliz pelas defesas, mas afirmou que preferia ter conquistado uma virtória. Ao tentar explicar os sucessos nos lances difíceis, resumiu com a seguinte frase:
- A gente confia desconfiando na defesa para ficar atento.
O rendimento mereceu os elogios do volante Willians, que ficou fora do jogo por suspensão.
- O Alisson vive um grande momento. Eu vi o jogo e poucos goleiros realizam as defesas que ele fez, só goleiro de alto nível. Estou muito feliz por ele ter conquistado seu espaço. Não é fácil, ainda mais com os goleiros bons que temos aqui. Tomara que ele siga com esta sequência boa.
O irmão de Muriel - também goleiro do Inter, que se recupera de uma lesão muscular na coxa esquerda - assumiu a titularidade no dia 12 de outubro, quando o time venceu o Fluminense por 2 a 1. O momento em que entrou na equipe era o mais turbulento da temporada, já que os comandados de Abel Braga vinham da humilhante derrota por 5 a 0 para a Chapecoense, com Dida defendendo a meta. E por mais que Alisson tenha sofrido quatro gols do Grêmio no clássico de número 403, disputado na 33ª rodada do Brasileirão, continua respaldado pelo treinador e pela direção. Também já conquistou os torcedores.
O goleiro soma sete partidas pelo Brasileirão com 11 defesas difíceis. Sua média é de 1,57. Dida, em 27 partidas, acumula 20, com uma média de 0,74 por confronto. O curioso é que o Inter aparece como um dos times com menos defesas difíceis no Brasileirão, com 32, só superior ao Corinthians, com 31.
No quesito, Alisson é o 12º no geral. Só o líder Dênis (que disputou duas partidas), reserva de Rogério Ceni no São Paulo e que tem uma média de 3 defesas difíceis por jogo, é de outro time da ponta de cima da tabela - os comandados de Muricy Ramalho estão em segundo, com 63 pontos.
As atuações convincentes de Alisson também aparecem pelo momento instável do time. Nos sete jogos em que esteve em campo, o Colorado conquistou três vitórias, teve um empate e três derrotas, o que dá um aproveitamento de 47,61%. Sofreu 11 gols, uma média de 1,57 por jogo. Só não foi vazado na vitória por 2 a 0 sobre o Bahia.
Os colorados esperam que o momento de Alisson inspire o restante do grupo para garantir uma vaga no G-4. Atualmente, a equipe está em terceiro com 57 pontos. Neste domingo, recebe o Goiás a partir das 17h no Beira-Rio.