Mato Grosso, 24 de Abril de 2024
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Jovem procura a polícia e diz ter sido abusada por homem que confessou ter matado menina desaparecida

15.09.2020
08:22
FONTE: G1 MT

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  • Jovem procura a polícia e diz ter sido abusada por homem que confessou ter estuprado e matado menina desaparecida em MT

    Sara Vitória Fogaça Paim — Foto: Divulgação

Uma jovem de 19 anos procurou a Polícia Civil de Sorriso, a 420 km de Cuiabá, e denunciou, na sexta-feira (11), ter sido abusada por Antônio Ramos Escobar, de 58 anos, investigado pelo estupro e assassinato de Sara Vitória Fogaça Paim, desaparecida há 10 anos.

 

O investigado confessou na última quarta-feira (9) os dois crimes contra Sara, que tinha 5 anos quando desapareceu, em 2010. A declaração da nova vítima foi feita após a prisão de Antônio.

 

A jovem de 19 anos informou à Polícia Civil que sofreu abuso pelo suspeito quando tinha nove anos. Os policiais colheram as declarações da vítima e o suspeito passa a ser investigado por esse novo crime.

 

O homem, que hoje tem 58 anos, teve a prisão temporária convertida em prisão preventiva após decisão da juíza da 1ª Vara Criminal de Sorriso, Emanuelle Chiaradia Navarro, que acatou representação encaminhada pelo delegado André Eduardo Ribeiro.

 

Na sexta-feira, a Polícia Civil concluiu as buscas no terreno onde o suspeito apontou que teria enterrado o corpo de Sara Vitória. Foram feitas varreduras durante dois dias, com máquinas escavadeiras, em toda a área do lote.

 

“O local foi varrido 100% e corpo não está no local. Não é que não encontramos o corpo da criança, não existe nada no local. As investigações continuam, vamos fazer diligências e ouvir outras pessoas, se necessário e continuamos investigando”, informou o delegado André Ribeiro.

 

O delegado voltou a ouvir, ainda na sexta-feira, o investigado que, em interrogatório no início da semana, confessou o abuso sexual e depois o homicídio e ocultação do cadáver da criança.

 

O acusado, que chegou a passar mal na prisão e recebeu atendimento médico, declarou aos policiais que não se recorda de onde exatamente teria enterrado à época o corpo de Sara, pois, segundo ele, já teria passado dez anos do crime e muita coisa mudou.

 

O delegado reforça que as investigações da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa continuam em busca dos restos mortais da menina.

 

“As investigações não encerraram, é uma prioridade da nossa divisão. No terreno onde o preso indicou dois pontos, foi feita uma varredura completa e nada foi localizado. Vamos continuar as investigações e em busca também para saber se há novas vítimas do investigado e, principalmente, pelos restos mortais da criança”, reforçou o delegado.

 

O crime

Sara Vitória tinha cinco anos, quando desapareceu na tarde de 1º de junho de 2010 após brincar com outras crianças, próximo ao estádio municipal de Sorriso, a 420 km de Cuiabá. Na volta para casa, ela foi abordada pelo investigado, que à época do crime tinha 48 anos.

 

Conforme declarou aos policiais durante o interrogatório na Delegacia de Sorriso, após a prisão, o homem trabalhava como pedreiro em uma construção, próxima ao estádio municipal, onde diversas crianças brincavam diariamente.

 

No dia do crime, por volta das 16h, a garota estava indo para casa, quando então o suspeito ofereceu carona de bicicleta à vítima e teria chamado a criança para seguir com ele até a construção onde trabalhava.

 

No local, ele praticou o abuso sexual e depois matou a vítima por asfixia. Após estrangular a menina, que chorava, ele colocou o corpo em um saco de estopa e enterrou em um terreno baldio.

 

O terreno, segundo ele, não há nenhuma construção até hoje. Depois de cometer o crime, o suspeito saiu da cidade e fugiu para Mato Grosso do Sul, estado onde morou até poucas semanas atrás, quando então retornou a Sorriso.

 

Na época do crime, a esposa do suspeito registrou um boletim de ocorrência pelo desaparecimento do marido.

 

Toda a cidade se mobilizou nas buscas em terrenos, rios e matas e nenhuma pista foi encontrada da pequena Sara.

 

A Polícia Civil realizou diversas diligências desde a época do desaparecimento, pessoas foram ouvidas, checagem de informações recebidas para chegar ao paradeiro da criança, contudo, nenhuma delas se confirmou naquele período.

 

A investigação checou, inclusive, informações de que a garota poderia estar no estado do Rio de Janeiro, mas nada foi constatado.

 

A Polícia Civil recebeu uma informação de que o suspeito pelo crime estaria na cidade e diligências foram realizadas para localizá-lo. Após checagem de diversas informações, o delegado representou pela prisão temporária, deferida pela 1ª Vara Criminal de Sorriso e cumprida no dia 8 de setembro.

 

Uma testemunha fundamental para esclarecer o crime foi ouvida pela Polícia Civil, após a prisão do suspeito.

 

Pelo crime cometido contra Sara Paim, o investigado foi indiciado por homicídio qualificado (por asfixia), estupro de vulnerável e ocultação de cadáver, crimes que somadas as penas chegam a 48 anos de reclusão.

 

Ele está preso no Centro de Ressocialização de Sorriso.

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