Mato Grosso, 12 de Setembro de 2025
Nacional / Internacional

Paciente da psiquiatria agride médico e técnico de enfermagem do HC-UFU

13.09.2013
10:28
FONTE: G1

IMPRIMA ESSA NOTÍCIA ENVIE PARA UM AMIGO

Um médico e um técnico de enfermagem foram vítimas de agressão na noite desta quinta-feira (12) enquanto trabalhavam no pronto-socorro do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). Eles foram surpreendidos por um paciente da psiquiatria, um homem de 35 anos, que estava com um suporte de soro nas mãos. O homem foi internado durante a tarde e estava em um quarto junto com pacientes da traumatologia. Segundo os funcionários, no pronto-socorro há cinco leitos para abrigar pacientes da psiquiatria, e durante todo o dia havia mais de 18 internados. A assessoria do HC informou ao G1 que a direção irá se pronunciar sobre o asunto ainda nesta manhã.

Gasparina Fernandes dos Reis estava no local na hora do ocorrido. Em entrevista ao G1 ela contou que o paciente estava no mesmo quarto do irmão dela, que não sofre de nenhum problema psiquiátrico, e desde que o homem chegou ao pronto-socorro se mostrava inquieto e perturbado. “Teve uma hora que ele levantou da cama e ficou andando no corredor de um lado para o outro. Ele achou o suporte de soro e foi em direção ao técnico de enfermagem, que estava de costas. Eu gritei: olha o ferro, olha o ferro. Quando vi, ele já tinha acertado o funcionário e eu fechei um pouco a porta do quarto com medo”, relembrou.

A mulher confessou que mesmo assustada continuou acompanhando o fato de longe. Ela contou que foram necessárias mais de dez pessoas para conter o paciente e que depois que ele acertou o técnico de enfermagem, partiu para cima do médico que estava na mesma sala. “A cena foi muito forte. Não vou conseguir dormir por alguns dias”, disse Gasparina.

Antes da confusão, o agressor teria feito ameaças no quarto onde estava. O paciente João Batista Ferreira contou que antes de sair pelos corredores, o homem tentou arrancar um cano de oxigênio, mas não conseguiu. “Ele disse que logo que pegasse o cano ia matar todo mundo que estava ali”, afirmou.

As vítimas ficaram ao mesmo tempo indignadas e com receio devido a falta de segurança. O ortopedista Thiago Augusto Correa, de 29 anos, teve uma contusão no punho devido à pancada que recebeu. Já o técnico de enfermagem Antônio Norberto da Silva, de 75 anos, teve ferimentos nos braços e traumatismo craniano.

Depois de medicado, o técnico de enfermagem conversou com o G1. Ele contou que tinha acabado de chegar para o plantão e estava saindo no corredor para buscar alguns materiais quando foi agredido. Ele disse que só sentiu um ‘estouro’ e desmaiou. O funcionário levou três pontos na cabeça e passa por observação.

Antônio Norberto trabalha há 35 anos no pronto-socorro e disse se sentir inseguro. “Hoje, nossos pacientes na psiquiatria na maioria são usuários de drogas. É uma insegurança total”, contou.

O ortopedista concordou com o técnico de enfermagem e acrescentou que espera por melhores condições de trabalho, segurança e local adequado para internação desses pacientes psiquiátricos para que fatos como esse não ocorram novamente.

A Polícia Militar (PM) esteve no local e registrou Boletim de Ocorrência (BO). Segundo os militares, o fato foi descrito no documento como lesão corporal e devido à situação que o agressor se encontra ele é imputável, ou seja, não tem capacidade de entender que o fato é ilícito e de agir de acordo com esse entendimento.

Agressões recorrentes

O enfermeiro chefe do pronto-socorro, Uziel José da Silva, comentou com a reportagem que não é primeira vez que agressões acontecem no local. Ele afirmou que quase todos os dias os funcionários têm que conter pacientes da psiquiatria e são agredidos durante o processo.

Uziel relembrou que há 15 dias uma técnica de enfermagem chegou a levar um soco no olho e teve problema na retina. Ele salientou que já está comum os funcionários levarem socos e chutes de pacientes dessa ala.

A técnica de enfermagem Débora Moema compartilhou da opinião do enfermeiro chefe e acrescentou que esses pacientes necessitam de atendimento adequado e que muitas vezes chegam em meio a “urgência e emergência” e o local não tem espaço físico para abrigar todos. Ela afirmou que medidas precisam ser tomadas para amenizar esses problemas.

O gerente do pronto-socorro, Valter Rodrigues, disse que nenhuma das agressões ocorridas no local se compara com esta de quinta-feira. Ele acrescentou que é de praxe separar os pacientes da psiquiatria e deixar eles menos expostos, mas que devido à lotação às vezes não é possível.

Segundo Valter, o ideal é que logo após o atendimento o paciente da psiquiatria fosse encaminhado a um dos 33 leitos do Hospital de Clínicas da UFU, destinados a esta patologia. Isso não acontece devido à falta de vagas no local. “A cidade tinha que ter mais locais para receber esses pacientes e dar o tratamento adequado”, concluiu.

IMPRIMA ESSA NOTÍCIA ENVIE PARA UM AMIGO

NOTÍCIAS RELACIONADAS

ENVIE SEU COMENTÁRIO