Mato Grosso, 27 de Maio de 2025
Politica

Solidão abre caminho para a depressão e essa rima é um veneno

17.04.2017
08:36
FONTE: Mariza Tavares

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O tempo vai passando e o círculo de amigos diminui. É mais comum ir a enterros do que a festas de aniversário. Uma rima que faz mal: no rastro da solidão, vem a depressão. Nos Estados Unidos, um estudo com 1.600 idosos, realizado entre 2002 e 2008, mostrou uma relação estreita entre solidão, declínio funcional e morte entre adultos acima dos 60 anos.

 

Para se ter ideia da magnitude desse dado, segundo estimativa do censo americano, acima dos 75 anos, 25% dos homens e 46% das mulheres vivem sozinhos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, pelo menos 300 milhões de pessoas sofrem de depressão no planeta. As mulheres são mais afetadas pela doença que os homens e, considerando-se que vivem mais, a velhice prolongada também as transforma em vítimas em potencial. Como quebrar esse círculo vicioso? Filhos, parentes e cuidadores podem ajudar a combater o isolamento e a depressão: dependendo do grau de independência e autonomia do idoso, há muito o que fazer.

 

Na campo social e afetivo, a rede formada pela família e pelos amigos é um grande antídoto contra a sensação de estar se sentindo deixado de lado, isolado, sem companhia. Por isso o estímulo para uma maior interação social é tão importante: de fazer visitas a frequentar eventos comunitários. Criar um senso de propósito, de engajamento ou pertencimento também tem efeitos benéficos. Pode ser um hobby, como tricotar ou jogar cartas, ou se tornar voluntário resgatando algum talento ou expertise. As pessoas diferem muito umas das outras, por isso é preciso exercitar a sensibilidade para achar a “chave” certa. Muitas vezes, um animal de estimação pode ser mais que uma companhia – o idoso voltará a se sentir responsável cuidando do bicho. No caso de limitações mais severas, até plantas podem exercer esse papel.

 

Manter o idoso fisicamente ativo é fundamental: caminhar já é uma vitória, mas por que não aulas de ioga e tai chi chuan? Há, por exemplo, opções com preços acessíveis em unidades do Sesc, presentes em muitas cidades. Ainda nos cuidados físicos, não abrir mão de uma dieta balanceada, rica em fibras, frutas, legumes, verduras (levemente cozidos) e grãos. A perda de apetite pode ser um sinal de depressão e não deve ser ignorada. Os distúrbios de sono também podem agravar um quadro depressivo. Sonecas à tarde atrapalham o descanso e, definitivamente, ficar diante da televisão até de madrugada também faz mal. Pacientes com demência ou Alzheimer podem apresentar um quadro de agitação no começo da noite, comportamento conhecido como “sundowning” – porque ocorre quando o sol se põe. Uma rotina com mais atividades durante o dia pode ajudar, assim como aumentar a iluminação da casa ao entardecer para que o idoso não sinta tanto a diferença, ensina o site dailycaring.com.

 

No caso de mudanças de comportamento, não se deve perder tempo: é necessário buscar ajuda profissional. Dependendo do caso, será preciso um serviço de apoio para um monitoramento mais de perto. Uma questão delicada é checar os remédios que são tomados, porque um progressivo comprometimento cognitivo pode levar o idoso a esquecer de tomar o medicamento ou ingerir uma quantidade excessiva de pílulas. Mas uma dica não tem contraindicação: sempre mostrar que eles são amados.

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