A jovem Vitória Guarizo, de 17 anos, vem chamando atenção na web ao registrar sua transição de gênero em uma série de vídeos publicados em seu canal no Youtube. Nos vídeos, ela conta sua trajetória desde a infância até a decisão de mudar de sexo.
Vítor ou Vitória?
Quando era criança, Vitor Guarizo Demito nunca entendeu por que preferia brincar de bonecas com as amigas em vez de jogar futebol com os meninos. Quando se vestia para sair com os pais, as roupas escolhidas por ele ganhavam seu toque pessoal, com frufrus e detalhes fashion.
Na pré-adolescência a incerteza chegou: não se sentia como menino. Seria gay? Sim, ele era gay. Mas apesar de se assumir homossexual, ainda carregava uma inquietação inexplicável. Foi quando chegou a conclusão que queria virar mulher.
Vítor - que é filho adotivo de um casal de São Paulo - conta que a infelicidade com sua sexualidade o fez tentar o suicídio duas vezes, com overdoses de remédios. Ele lembra que quando acordou da segunda tentativa, uma entrevista da modelo transexual Lea T o salvou.
Na entrevista, Lea, que é filha do ex-jogador Toninho Cerezo, explicava na TV como havia sido a sua transformação para mulher. “Li a sua história de mudança de sexo e fiquei encantada. Eu a procurei, passamos a nos falar e foi aí que descobri que eu havia nascido mulher num corpo de homem. Eu era um transexual! Desde que descobri que a troca de sexo me realizaria, encontrei a felicidade”, lembra Vitor, que agora se chama Vitória.
A transformação de Vitor em Vitória vem sendo registrada pela estudante do terceiro ano do ensino médio em vídeos exibidoss em seu canal no youtube. Ali, Vitória conta desde os processos estéticos, aos quais vai se submeter para ficar com uma aparência mais feminina, até como sua família encarou a decisão dela virar mulher. “Quando contei que queria virar transexual, meus pais reagiram bem. Nunca me julgaram ou tentaram mudar minha ideia. Inclusive foi meu pai quem me levou a uma loja da Louis Vuitton onde comprei minha primeira bolsa feminina. Paguei por ela R$ 7,5 mil. Na época, em abril do ano passado, eu era apenas um menino que usava peruca. Ao chegar na loja as pessoas me olhavam muito estranho, mas viram que eu estava feliz e uma vendedora até elogiou a paz que eu transmitia”.
Assumir a transexualidade, no entanto, não foi fácil para Vitória. O maior preconceito enfrentado por ela foi na escola. “O que mais me marcou foi quando me jogaram dentro da lata de lixo do colégio. O maior preconceito vinham das falsas amigas. Na frente fingiam que gostavam de mim, mas pelas minhas costas falavam mal. Desde que me assumi como transexual ganhei segurança e aprendi a me impor. Acabou o bullying”, garante ela, que conta com a ajuda de psicólogos para fazer a transição.
Guarda-roupa grifado
Vitória é vaidosa assumida. Tem uma coleção de 15 perucas e 11 bolsas de grifes como Chanel, Celine, Prada, Yves Saint Laurent. Do badalado designer Christian Louboutin tem cinco pares de sapato. Depois do guarda-roupa renovado, agora ela vai partir para a transformação física. “Vou fazer uma plástica de feminização facial. Vou mexer no queixo, raspar o pomo e adão e afinar o nariz. Também já dei entrada nos papeis e farei a minha cirurgia de troca de sexo no ano que vem. Estou muito feliz!”
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