Apesar de incômodos e às vezes até mesmo perturbadores, os pesadelos normalmente são ignorados ou somente tratados em sessões de terapias. Mas saiba que, talvez, sonhos ruins devam ser relatados até mesmo ao seu médico em uma consulta de rotina. Isso porque, segundo alguns estudos, eles podem indicar um problema físico subjacente que está perturbando o seu sono.
De acordo com estudos e especialistas ouvidos por uma reportagem do site “Daily Mail”, pesadelos regulares poderiam, por exemplo, ser um sinal de apneia do sono, condição que faz com que a respiração pare temporariamente enquanto você dorme, com a obstrução de vias aéreas ficam obstruídas.
Um estudo realizado pela Universidade de Swansea, em 2011, avaliou o conteúdo dos sonhos de 47 homens com apneia do sono e descobriu que aqueles que apresentavam sintomas mais graves do problema relatavam os pesadelos mais "emocionalmente negativos e desagradáveis".
Outro trabalho científico, publicado pela revista “Sleep Medicine”, revelou que, entre pacientes que foram tratados de apneia do sono, 91% pararam de ter pesadelos. A falta de ar e queda de oxigênio no cérebro provocadas pela apneia podem dar origem a pesadelos, segundo Ahmed S. BaHammam, um especialista em medicina do sono da Arábia Saudita.
Pesadelos regulares ainda podem estar ligados a problemas cardíacos, já que aumentam a propensão de sofrimento com batimento cardíaco irregular. De acordo com um estudo publicado no “Journal of Medicine” da Holanda, em 2003, a dor torácica foi apontada como sete vezes maior em pessoas que relataram ter pesadelos frequentemente.
Até mesmo infecções, como gripe severa ou renal, podem causar pesadelos, segundo estudiosos. Isso porque entre as fases de sono o sistema imunológico é reparado e reforçado, e uma instabilidade atrapalharia o sono tranquilo.
Outro estudo faz até mesmo uma relação entre pesadelos violentos à doença de Parkinson, distúrbio neurológico que provoca tremor muscular, rigidez e fraqueza. De acordo com a pesquisa, o conteúdo dos sonhos de alguns pacientes que sofrem da condição é quase sempre o mesmo, com perseguições e ataques que fazem com que eles reajam com socos e pontapés durante o sono. Um estudo publicado na revista “Neurology” descobriu ainda que 38% dos pacientes com pesadelos frequentes desenvolveram Parkinson cerca de 12 anos depois que começaram a ter sonhos ruins.
Até mesmo a menopausa pode afetar o sono através de pesadelos. Segundo um ginecologista do Spire Bushey Hospital, até dez anos anteriores à menopausa, os níveis de hormônio estrogênio caem significativamente e isso afeta os níveis de serotonina, uma substância química do cérebro associada com afrontamentos, mudanças de humor e suores noturnos, fatores que podem levar a sonos inquietos e interrompidos.