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Não é apenas o número do uniforme do Palmeiras que aproxima as histórias de José Carlos Ferreira Júnior, o Juninho, recém-contratado do Coritiba, e de Vitor Hugo, oficializado na segunda-feira como reforço da Fiorentina, depois de dois títulos nacionais pelo clube e convocação à seleção brasileira. Os dois camisas 4 nasceram – também para o futebol – no Paraná e tiveram parte da formação no mesmo lugar: o Junior Team, de Londrina.
Criado essencialmente para dar suporte às categorias de base do Londrina Esporte Clube, o clube-empresa se dedica desde 2001 à formação de atletas. Hoje em dia sem vínculo com o LEC, mantém projetos de extensão com a UEL (Universidade Estadual de Londrina) e se vale de uma licença da Federação Paranaense para ficar distante das competições oficiais ao menos até o ano que vem.
Tanto Vitor Hugo quanto Juninho, porém, disputaram campeonatos de divisões inferiores pelo clube, como lembra Ariobaldo Frisselli, o Dedé, professor do Departamento de Ciências do Esporte da UEL e coordenador geral do Junior Team.
– Vimos o Vitor numa fase regional dos Jogos da Juventude. Era um menino espigado, 91. Nós o convidamos para um teste, mas ele quase desistiu. Tivemos que buscá-lo uma ou duas vezes na cidade dele, Guaraci, próxima a Londrina. Ele recebeu uma proposta para ser garçom, se não me engano, e dizia que com aquilo ganhava mais do que com a ajuda de custo que dávamos. É a história de todo menino pobre no futebol – contou ao GloboEsporte.com o professor, orgulhoso por ter ajudado a demovê-lo da ideia de largar a bola.
– Mais tarde, com o Juninho, foi a mesma coisa. Ele é de uma vila muito carente daqui de Londrina. Era uma das regiões mais pobres da cidade, tinha muita droga ali. Mas o Juninho sempre teve cabeça boa. Fizemos um jogo-treino contra o time da vila dele, e ele nos chamou atenção. Foi campeão paranaense sub-17 com a gente. Nosso papel sempre foi esse: formar jogadores para os grandes clubes – contou Dedé.
Juninho, quatro anos mais jovem, rodou bem menos do que Vitor Hugo (que passou ainda por Santo André, Sport, Ituano, Ceará e América-MG). Do Junior Team, o zagueiro nascido em 1995 seguiu diretamente para o Coritiba, onde foi promovido ao profissional em 2015. Mas seu sonho mais próximo não é diferente: o novo dono da camisa 4 do Palmeiras quer repetir o sucesso do antecessor ao vesti-la.
"Por sermos zagueiros canhotos, acabamos tendo semelhanças no jogo, e eu me espelho principalmente na bola aérea dele, que é muito forte"
Contratado justamente em razão da venda do igualmente canhoto Vitor Hugo, o defensor de 22 anos terá sua terceira oportunidade nesta quarta-feira. Devido à convocação do colombiano Yerry Mina, ele reencontrará o Coritiba, no Couto Pereira. Apesar da concorrência no setor, Juninho tem agradado à comissão técnica e já começa a fazer frente inclusive para Edu Dracena, outra baixa de última hora na capital paranaense.
– Todos me receberam muito bem e já me sinto em casa, bem adaptado. O Vitor Hugo é um grande jogador, conquistou títulos importantes e colocou o seu nome na história do clube. Por sermos zagueiros canhotos, acabamos tendo semelhanças no jogo, e eu me espelho principalmente na bola aérea dele, que é muito forte. Espero fazer história no Palmeiras, conquistar títulos, assim como ele – diz Juninho.
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